terça-feira, 27 de outubro de 2015

Primeiro passo da escrita de um romance. Edna Domenica Merola.

Escrever um romance parece algo inatingível para você? E uma novela? E um conto? Já tentou começar e desistiu? Além de perseverança é necessário método. Sugiro que, após ler um romance que lhe proporcionou bons momentos, faça um esquema da estrutura narrativa do livro lido. 
Como auxílio nessa empreita apresento um esquema padrão da estrutura narrativa: 



Tomando por exemplo o romance Iracema (José de Alencar) teremos o seguinte esquema:




Vimos que a apresentação vai até o 4º capítulo. A complicação vai até o momento em que o amor entre Martim e Iracema  é consumado, no capítulo 15. O nó ou a sequência de fatos que contribuirão para o clímax e desfecho da obra acontece do capítulo 16 ao 31. Os principais fatos narrados são o convívio de Martim e Iracema, a partida de Martim, o nascimento de Moacir, a tristeza profunda de Iracema e o retorno de Martim.
O clímax é dado com a morte de Iracema, no capítulo 32. O epílogo (desfecho) ocorre, no capítulo 33, com a partida de Martim levando o filho Moacir, recém-nascido, e o regresso de ambos, após quatro anos
O foco narrativo do romance Iracema é em terceira pessoa, pois o narrador não é personagem. Os personagens de Iracema são divididos em duas tribos: tabajaras e pitiguaras. Os protagonistas são: Iracema (da tribo dos tabajaras) e Martim que é estrangeiro. O filho de ambos será chamado Moacir (criando-se o mito fundador do Ceará). Martim é amigo de Poti que é da tribo pitiguara e que ao final da narrativa irá ser batizado com o nome de Antonio Felipe Camarão. 


O segundo exemplo que será dado é sobre A elegância do Ouriço, de Muriel Barbery, que tem duas narradoras: a adolescente Paloma (12 anos) e a senhora Renée (54 anos). A diferença de idade das narradoras aponta para duas fases da vida contemporânea: a fase inaugural das escolhas e a fase de avaliação daquelas. O foco narrativo é em primeira pessoa.

As narradoras Renée e Paloma são personagens de suas respectivas narrativas. Renée e Paloma moram no mesmo prédio: a primeira é zeladora e a última é filha dos proprietários de uma das oito unidades do número 7 da Rua Grenelle, em Paris.
Se subdividirmos o texto em três partes, os dois terços iniciais são histórias paralelas que têm por comum apenas a proximidade espacial das respectivas personagens narradoras. Renée Michel faz sua narrativa sobre os moradores do prédio, enquanto famílias de aristocratas que tratam a zeladora como alguém quase invisível ou que existe só para servi-las. 
O livro tem três formas de subdividir a narrativa: os capítulos da narradora Renée; e dois tipos de narrativas de Paloma: Diário do Movimento do Mundo (enumerados de um a sete) e dezesseis subtítulos que incluem as palavras Pensamento Profundo.
A narrativa por Renée compreende cinco partes. Cada uma subdividida em itens enumerados e nomeados. As partes 1 e 3 contêm poucos itens, se comparadas às demais. A última parte da narrativa de Renée inicia à página 257 do livro e tem por título Paloma que é a outra narradora. 

As narradoras só irão partilhar das presenças uma da outra à página 260. (O total são 350 páginas.). 


O terceiro exemplo é da novela:

REFERÊNCIAS

ALENCAR, José de. Iracema. 1865. Domínio Público.

  
BARBERY, Muriel. A Elegância do Ouriço. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.



THOMÉ, Lourdes. A Filha do Coração. Disponível em 

 

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