Alunos das oficinas de Audição de Música Popular e
Criação Poética 2014.2
responderam a um questionário sobre seus interesses em torno da canção brasileira. Enviaram a seus professores Alberto Gonçalves e para mim. Nossa dupla docente utilizará seus dados no planejamento do curso dado no N.E.T.I.
Mas não resisti à tentação de me exercitar na escrita de uma colagem. Fiz um recorte de fatos e sentimentos pessoais que permeiam as letras das músicas que constam do inventário de interesse dos alunos da nossa dupla de professores.
O compositor me disse que eu cantasse distraidamente/Essa canção/ Que eu cantasse como se o vento soprasse pela boca/ Vindo do pulmão/E que eu ficasse ao lado pra escutar o vento jogando as palavras/Pelo ar/
responderam a um questionário sobre seus interesses em torno da canção brasileira. Enviaram a seus professores Alberto Gonçalves e para mim. Nossa dupla docente utilizará seus dados no planejamento do curso dado no N.E.T.I.
Mas não resisti à tentação de me exercitar na escrita de uma colagem. Fiz um recorte de fatos e sentimentos pessoais que permeiam as letras das músicas que constam do inventário de interesse dos alunos da nossa dupla de professores.
O compositor me disse que eu cantasse distraidamente/Essa canção/ Que eu cantasse como se o vento soprasse pela boca/ Vindo do pulmão/E que eu ficasse ao lado pra escutar o vento jogando as palavras/Pelo ar/
Não quero lhe
falar/ Das coisas que aprendi/Nos discos/Quero lhe contar como eu vivi/E tudo o
que aconteceu comigo/ Viver é melhor que sonhar/Mas também sei/Que qualquer
canto/É menor do que a vida/De qualquer pessoa.
E a vida da
infância dá saudade... Ah! A infância!
La poésie chantait dans l'air/ J'avais une maison de poupée.
Eu daria tudo
que eu tivesse/Pra voltar aos dias de criança/Eu não sei pra que que a gente
cresce/Se não sai da gente essa lembrança/Eu igual a toda meninada/Quanta
travessura que eu fazia/Eu era feliz e não sabia/Que saudade da... minha cidade.
Minha terra tem
Palmeiras... Onde canta o sabiá...
Sabiá lá na
gaiola fez um buraquinho/
Sabiá que
saudade.../Volte logo pra cá./ Sabiá que saudade.../Quero ouvir teu cantar.
Minha terra tem Palmeiras... Minha terra tem Corinthias, minha
terra tem São Paulo...
Por isso
cuidado, meu bem, há perigo na esquina...
Alguma coisa
acontece no meu coração/Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São
João/Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto/Chamei de mau
gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto/É que Narciso acha feio o que não é
espelho/E foste um difícil começo/Porque és o avesso do avesso do avesso do
avesso/Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas/Da força da grana que
ergue e destrói coisas belas/Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas/Eu
vejo surgir teus poetas de campos, espaços/Tuas oficinas de florestas, teus
deuses da chuva...
Deuses que se
tornaram estéreis nesse inverno de 2014... Deuses a quem o povo clama e grita
assim: –
Água! Água!Planeta Água.
Água que nasce
na fonte serena do mundo/Água que faz inocente riacho/Águas que banham
aldeias/E matam a sede da população/Águas que movem moinhos/São as mesmas águas
que encharcam o chão/E sempre voltam humildes/Pro fundo da terra/Terra! Planeta
Água.
Em Sampa a falta
d´água...
É a dose mais
forte e lenta/De uma gente que ri/Quando deve chorar/E não vive, apenas
aguenta./Mas é preciso ter força/É preciso ter raça/É preciso ter gana sempre
Quem traz no
corpo a marca/Mistura a dor e a alegria/
Quem traz na
pele essa marca/Possui a estranha mania/De ter fé na vida/Mas é preciso ter
manha/É preciso ter graça/É preciso ter sonho sempre/
Um sonho meu:a lua
brilhava vaidosa/ De si orgulhosa e prosa com que deus lhe deu... /Senti o
canto da noite/Na boca do vento/Fazer a dança das flores/No meu
pensamento/Trazer a pureza de um samba/Um samba que mexe o corpo da gente/
E o vento vadio
embalando a flor/Ao ver a morena sambando/ Foi se acabrunhando.../ Quem samba
na beira do mar é sereia...
Quem traz na
pele essa marca/Possui a estranha mania/De ter fé na vida
Com fé eu vou em
frente...Com fé eu ando...
Ando
devagar/Porque já tive pressa/E levo esse sorriso/Porque já chorei demais/Hoje
me sinto mais forte/Mais feliz, quem sabe/Só levo a certeza/De que muito pouco
sei/Ou nada sei/Penso que cumprir a vida/Seja simplesmente/Compreender a
marcha/E ir tocando em frente/Cada um de nós compõe a sua história/Cada ser em
si/Carrega o dom de ser capaz/E ser feliz/Eu vou tocando os dias/Pela longa
estrada, eu vou/Estrada eu sou
Nessa estrada
não nos cabe conhecer ou ver o que virá/O fim dela ninguém sabe bem ao certo
onde vai dar/Vamos todos numa linda passarela/De uma aquarela que Descolorirá/
Depois da banda
passar cantando coisas de amor/ Eu sou nuvem passageira/Que com o vento se
vai/Eu sou como um cristal bonito/Que se quebra quando cai/A lua cheia convida
para um longo beijo/Mas o relógio te cobra o dia de amanhã/Por isso agora o que
eu quero é dançar na chuva/Sou um castelo de areia na beira do mar.
Coração
Poeta!...Deus me deu um coração poeta/E a alma inquieta de um cantor/Pra que eu
vigiasse a madrugada/Acordasse o sol e o Beija-Flor/Cantar me faz viver bem
mais/Soltar a voz que nem um passarinho/Que ninguém prenderá jamais
Quando eu for
embora para bem distante/E chegar a hora de dizer adeus,/Fica nos meus braços
só mais um instante;/Dentro do meu coração.
O compositor me
disse que eu cantasse ligada no vento/Sem ligar/Pras coisas que ele quis
dizer/Que eu não pensasse em mim nem em você/Que eu cantasse distraidamente
como bate o coração/E que eu parasse aqui/Assim.
Referências
DIAS, Gonçalves. Canção do Exílio.
ADENDO
ADENDO
Composição
|
Cantor/
Compositor
|
O
compositor me disse
|
G. Gil.
Elis Regina
|
Como
nossos pais
|
Elis
Regina
|
F Comme Femme
|
Salvatore
Adamo
|
Tempos
de Criança
|
Ataulfo
alves
|
Sabiá
lá na gaiola voou
|
Carmélia
Alves
|
Sampa
|
Caetano
Veloso
|
Guilherme
Arantes
|
|
Maria
Maria
|
Milton
Nascimento.
Elis Regina
|
Sonho
Meu
|
Maria
Betânia
|
O Mar
Serenou
|
Clara
Nunes
|
Tocando
em frente
|
Renato
Teixeira.
Almir Sater
|
Aquarela
|
Toquinho
|
Chico
Buarque
|
|
Nuvem
Passageira
|
Hermes
Aquino
|
Coração
Poeta
|
Paulinho
Tapajós, Chico
|
Inhana
e Cascatinha
|
Inspirador para novas construções. Texto inteligente, seguindo a linha construtiva da grande mestra. Parabéns Edna
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