sexta-feira, 24 de março de 2017

Textos de Marlene Xavier Nobre.

Minha foto
Crédito foto Marlene Nobre
Crédito foto Marlene Nobre







Marlene Xavier Nobre é autora do livro A Meus Queridos Netos  e do blog http://nobresenobres.blogspot.com.br/

05/12/2017
Uma grande viagem
                            Marlene Xavier Nobre 

Numa tarde sombria e fria, me sentia um pouco vazia. Uma apatia me invadia. Estava cansada. Na maior agonia, assim me via. Após tomar um banho, saí para aliviar minhas dores. Fui passear em São José (SC).
Depois de alguns meses corroída, quase enlouquecida, precisava tomar um ar. Caminhava calmamente e observava cada ser que ao meu lado passava.
Resolvi entrar num bar, pensei em pedir algo para me esquentar (que não fosse aguardente!). Escolhi um licor. Estava consciente de que iria para algum lugar e conheceria todo aquele local.
Ali mesmo, pedi informação para o garçom. Queria saber um pouco mais daquela cidade. Foi quando me deparei com um jardim pequeno, mas bem cuidado.
Paguei a conta, agradeci pelo atendimento. Atravessei a rua e me sentei no banco do jardim em frente a uma igreja. Ali fiquei a observar (sem desdém).
Minha mente, naquele momento, fazia uma grande viagem. Não era sonho, nem ficção, era fato, era real que estava à frente dos meus olhos que por muitas vezes ficaram esbugalhados de tão assustados com o que via:
– Pessoas de todos os gostos e rostos.
Quantos seres ainda vivem na maior correria! Num sufoco do dia a dia.
Não fiz com mau propósito, mas não deixei ninguém escapar do meu olhar.
Sentia-me como uma caçadora de borboletas, procurando gente. Em cada pessoa via uma história. Vi gente de toda a espécie, de gostos e estilos diversos.
Altos, magros, gordos, rostos marcados pelo tempo e maltrato; jovens, idosos; gente bonita, elegante, bem vestidas, mal vestidas, maltrapilhos; apressados.
Era uma mistura de gente, e de tudo. Sentia uma fissura de olhar cada pessoa bem vestida ou maltrapilha.
Vi muita encenação e uma mistura de obsessão; pessoas divertidas, contidas, felizes ou tristes. Todas ali tinham um destino certo: iam para algum local definido.
Gente cansada, suada, pedintes, doentes, carentes, na correria do dia.
No meio da multidão, muita gente decente no meio de muita confusão.
Muitas eram assustadoras. Cada uma com a sua maneira de viver.
Todas me encheram os olhos que ficaram arregalados.
Ali fiquei por muitas horas. Algumas vezes cheguei a me compadecer com algumas delas. Tão marcadas pelo destino, muitos olhares perdidos, muitos desencontros e desencontrados. Sentia que faltava em algumas pessoas mais sorrisos, encantamentos, alegrias e cores. Nos rostos, olhares sem direção. Muita confusão, indecisão. Corações sangrando.
Vi uma senhora entrando na igreja, com um rosário nas mãos. Talvez fosse a salvação, no meio de tantos sofrimentos. Naquele momento me recolhi e vi que estava realmente de frente com a realidade nua e crua.
Em seguida, passou um jovem alto, magro de olhos claros, de jaqueta de couro de cor preta e que me chamou a atenção. No meio de tanta gente, me sentia mais uma à procura de algo.
Foi quando deu um estalo na minha cabeça e conversei comigo mesma.
– Sabe? Gostei desse jovem. Formatei um encontro um tanto louco. E imaginei que ele seria um par perfeito para a filha da minha vizinha que passava por sérios problemas depressivos. E ainda no meio da multidão, tomei uma decisão mental: fiz o casamento do jovem que acabava de encontrar e que só de olhá-lo parecia que estava vendo o seu mundo íntimo.
Meses depois, contou-me a mãe, a filha iria casar com alguém que se apaixonara à primeira vista. Os noivos levariam o convite na minha casa, naquela mesma noite. Quando anoiteceu, tocaram a campainha. Ao abrir a porta vi o jovem casal: ela que eu conhecia desde o nascimento e um jovem alto, magro de olhos claros, de jaqueta de couro de cor preta. O mesmo que me chamara a atenção, na multidão, meses antes.

São José, 13 de outubro de 2017.

Hoje ao acordar pela manhã fiz uma viagem ao túnel do tempo.
Mergulhei no tempo, rebusquei  tudo o que vivemos desde a nossa juventude (e olha, já faz alguns anos!).
E vejo o que representa para mim, pois ainda me lembro do nosso primeiro encontro naquele jardim.  Guardo tão bem a cor da tua roupa  o brilho do teu olhar que se  misturava com a luz do luar . Naquela noite estava tão linda propícia para o nosso primeiro encontro desde este dia apostei e não consegui te deixar parecia meu sexto sentido via um conto de fadas  ali começava uma novela ou um filme de amor não me cansava de te abraçar. 
Desde o primeiro momento me sentia atraída.  Sei lá!  Parecia estar apaixonada pelo teu jeito simples de ser. Parecia um encontro de almas.
Ao longo desta nossa caminhada  muitas coisas foram vivenciadas. Passaram-se tantos fatos que nos marcaram e muitas superações: coisas de casais! 
Quero aqui nesta carta deixar registrado o que sinto por ti.  Assim resolvi, pois palavras soltas ficam ao vento. E também já faz tanto tempo que não te falo dos meus sentimentos. Talvez por este teu jeito de ser ou por não me ceder um pouco do teu tempo quem sabe às vezes te acho um pouco Ogro  totalmente razão, mas tem um bom coração (eu sei! Diferente de mim). 
Ah  sou cem por cento sentimentos, pois sensibilidade muito aflorada, mas mesmo assim já faz tempo que não falo que te amo, pois está escondido o que sinto por ti, mas guardo comigo as nossas juras. 
Até podes me achar boba por pensar assim, mas  um dia irei partir e não saberás, mais de mim. Podes até me guardar nas tuas lembranças, pois essas nunca se apagam da memória. 
E quero que tu me entendas que se não fui tão legal em alguns momentos e que a culpada foi a minha sensibilidade  feminina e gritante que falava, mais alto.
E que não era brincadeira, pois o amor é cego às vezes e teimoso insistente. 
ele grita, chora. Implora, ama. Ah, este amor!
mesmo louca muitas vezes te amo loucamente mesmo não sendo mais aquela jovem e sabe que até te entendo desse teu jeito de ser que mesmo não falado pra mim deste amor  escondido  te entendo, pois o amor não se mede, não se enxerga. Ele está guardado num lugar secreto e cada um sabe de si e destes sentimentos mas te falo com todas as letras:
Não sinto nenhuma vergonha de dizer o tamanho deste amor que sinto por ti.
O meu muito obrigada por existir, por somar, por estar presente nos meus dias e na minha vida, por conviver por tantos anos e sem desistir de mim. 
Sei do teu cuidado que não é pouco. Cuidas dos meus medicamentos e que todas as manhãs antes de ir para o trabalho nunca te esquece de me dar um beijo e sabes tenho muita admiração por ti pelo homem íntegro, trabalhador, honesto e correto (essas as tuas melhores qualidades!). Agradeço por tudo o que me proporcionas: o teu carinho, o aconchego que mesmo não demonstrando os teus sentimentos (por ser pura razão), juntos encontramos o nosso chão.
Quero que me desculpes se por alguns momentos não soube te entender, pois também não sou de ferro.
Estarei sempre do teu lado em todos os momentos,   pois ao longo da nossa vida sempre me fiz presente. Te amo mais do que imaginas!





Exercício: caracterização de personagem.
Florianópolis, 02 de abril de 2017.

Cecília: uma mulher forte, bonita, de fibra e corajosa. Nasceu no dia vinte de junho de mil novecentos e quarenta e cinco, na barra da lagoa. Filha, mas velha de um casal que teve quatro filhos.
Seu pai: um homem franzino, mas muito trabalhador, era pescador.
Sua mãe era artesã: uma mulher muito disposta e bem humorada. Trabalhava em sua casa onde fazia lindo trabalho de renda com bilros, cuidava dos afazeres da casa e dos seus filhos e ainda das finanças, com os recebimentos de seu bonito trabalho manual.
Cresceu em uma família humilde e muito unida: dava gosto de ver! E além do mais, todos os membros dessa família tiveram uma boa educação. Todos
estavam sempre juntos. Eram religiosos: não faltavam sequer a uma missa, muito menos a uma quermesse. Aos domingos tinham compromisso de ir à igreja.
Cecília se destacou. Relacionava-se com muita facilidade, pois era muito sociável e gostava de gente. Tinha uma boa comunicação desde a sua adolescência, pois sempre conviveu com muitas pessoas. Acompanhava sua mãe que participava de projetos e muitas reuniões, nas exposições dos produtos de sua querida mãe. Esta lhe ensinou, desde criança, a fazer lindos trabalhos artesanais. Que bela herança!
Seus maiores valores: caráter, dignidade, boa índole para com ela e as pessoas. Ama a vida e se ama.
Aprendeu com sua mãe não só as técnicas da profissão, mas também ideias: a cultura da renda não deve acabar e as rendeiras devem ter direitos trabalhistas garantidos.
Cecília conquistou a subsistência da família, vivência, o espaço dela, o reconhecimento pelo trabalho, a autonomia e a liberdade. Sua contribuição para a comunidade: a preservação da renda de bilro. Foi líder comunitária e ajudou a construir a primeira sede de mulheres rendeiras.


Florianópolis, 27 de abril de 2017.
Curvelo,

Tudo bem com você? Espero que sim.
Hoje ao amanhecer (nem sei o porquê),pensei muito em você .Lembrei dos nossos tempos escolares.
Era terrível (me desculpa, mas sou sincera).
Espero que tenha mudado, agora que tem mais idade (não quero dizer que está velho!). Digo que está maduro!
Tomara que tenha acordado para realidade da vida.
Não quero que me interprete mal, pois não falo da sua vida atual, apenas lembro de alguns episódios, algumas atitudes rudes suas na infância.
Sabe me lembro tão bem daquele último dia de aula no recreio, quando você jogou o copo de merenda no rosto da nossa amiga de classe a Alice, foi uma cena muito forte que me marcou profundamente.
Muita coisa mudou, o tempo passou. Estamos noutra fase da nossa vida
Espero que não se aborreça por relembrar um pouco da nossa infância, naquele grupo escolar.
Amigo, vou lhe fazer um convite: que tal a gente marcar um encontro, bater um bom papo, quem sabe fazer um lanche ou tomar um café? Pois precisamos nos rever, agora como bons amigos, pois somos adultos.
Não costumo guardar mágoas e nem rancor. Caso encerrado, pois quero muito te dar um grande abraço, meu amigo Curvelo.
Desta que lhe considera ainda,
Simone.

Bom dia, Simone,
Estou desde ontem à noite lendo aqui no Google sobre o mito de Lilith. Sabe, é muito profundo tudo.
Mas sabe o que acho? Que ainda hoje a mulher paga um preço por cometer este tal pecado. A mulher parece que é culpada sempre por tudo, que não pode nada e o homem pode tudo.
Quando uma mulher trai o marido e sai de um casamento é tachada de tudo, até de prostituta como se fosse suja. Mas o homem pode tudo, faz de tudo. O ditado diz: "sacode as calças e vai embora".
No trabalho, a mulher pode ter mil diplomas conhecimentos mil, mas não adianta! O homem é quem manda e comanda. 
Ainda bem que tem as intuitivas, as sacerdotisas e muitas “Simones” espalhadas por aí. Mas temos que reverter e rever muitos conceitos ainda. 
Embora muita coisa já tenha mudado nas nossas vidas, precisamos ainda ter muitas lutas de consciência e de conscientização. Precisamos ser respeitadas e ter direitos. Reivindicar não é um pretexto nem um defeito. Exigimos direitos iguais e fim do preconceito. As mulheres não aceitarão voltar a ser mais submissas. Elas decidirão pra onde vão, pois o lugar da mulher é aonde ela quiser.
Onde se viu a mulher numa sociedade sem leis trabalhistas conseguir desempenhar os papéis de mãe estudante e trabalhadora? Onde não lhe é garantido licença maternidade, jornada justa de trabalho e salário digno?
A próxima sexta feira, dia 28/4/2017, será um dia histórico no calendário das trabalhadoras e dos trabalhadores. Pois é através das resistências que conseguiremos garantir e ampliar nossos direitos. Somos fortes, somos brasileiras (os ).
Temer jamais!
Boa noite. Desculpe-me por me estender, abraços mil,
da sua colega de oficina, Rosália.

(Carta inspirada em trecho de Conto de Escola, de Machado de Assis).
Florianópolis, 06 de abril de 2017.
Caro neto,

Como você sabe, gosto de relembrar o passado. Hoje acordei lembrando da minha escola primária. Era na rua Alves de Brito, num casarão de paredes pintadas com tinta a óleo de cor amarelo. As portas e as janelas eram pintadas de verde. Na frente do grupo escolar tinha uma frondosa árvore de jaca. Do lado próximo ao corredor, tinha uma gruta com a imagem da nossa senhora das Graças.
O ano era mil novecentos e sessenta. Naquele dia ‒ uma segunda feira do mês de maio ‒ deixei-me estar alguns instantes na Rua José Boiteux a ver onde iria brincar a manhã. Hesitava entre o alto da Caeira e o Saco dos Limões que à época tinha muitos jardins, era um lugar bonito onde as flores e árvores se espalhavam.
Morro ou campo?Tal era o problema. De repente, disse comigo: melhor era ir à escola. Aqui vai a razão.

Na semana anterior faltei na escola e descoberto o caso recebi o pagamento em forma de castigo das mãos do meu pai que usou uma cinta. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Pois era um velho mentecapto, sem juízo e estúpido. Assim eu julgava.
(A continuar)


Proposta personalizada recebida na oficina de 30/3/2017: escrever carta datada de 30/9/1989, tendo por emissora a personagem Simone (brasileira, 39 anos) e por destinatária a amiga de infância Tamara.

Carta de Simone para a amiga Tamara.
Florianópolis 30/9/1989.

Cara amiga Tamara, venho por meio desta saber como você está. Espero que esteja com a mais perfeita saúde. Hoje acordei muito saudosa. Lembrei-me dos nossos bons tempos e vividos, você foi e será uma grande amiga. 
Guardo na lembrança nossas brincadeiras na calçada em frente de casa: no fim de tarde brincávamos de peteca e você era fera não perdia uma partida. 
Lembra-se de quando fomos estudar no mesmo grupo escolar? Entramos em 1957 e recebemos o diploma em 1960.
A professora sempre mandava um bilhete para casa, pois falávamos a aula inteira. Parecíamos grudes, e não tinha igual. Era uma amizade que dava gosto de se ver: ímpar, invejável.
Recordo quando me falava que um dia iria ser uma grande jogadora de vôlei e eu sempre a incentivava. Muito legal!  Realizou o seu grande sonho, mesmo sendo difícil, pois desde jovem tinha um projeto de vida. Fiquei muito feliz quando na sua primeira partida, seu time ficou em primeiro lugar, foi um sucesso essa escolha de jogadora. E a nossa amizade cada vez mais se fortalecia.
Amiga, lembro tão bem do seu primeiro amor o João, o filho mais moço do seu Joaquim, que era dono de uma quitanda, no bairro onde morávamos. Pois eram vizinhos de porta, nos idos de 1965.
Foi muito bacana participar de todos os momentos da sua vida. Namoraram noivaram e afinal o grande dia o seu casório ainda  guardo o seu convite um pouco amarelado pelo tempo .
Sabe, a frase que guardo na minha tela mental, naquele dia foi quando o padre olha nos olhos dos noivos e pergunta:
‒ Simone, você aceita o João como o seu legítimo esposo?
E você deu um sorriso meio tímido e apressadamente falou:
‒ Sim! ‒ parecia este sim não ter fim.
Depois veio a pergunta comprometedora para o noivo:
‒ João, você aceita a Simone como sua legítima esposa, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?
Então o João me parecia tão nervoso que arregalou os olhos e meio trêmulo falou:
‒ Sim! Seu padre, eu aceito opiniões.
E todos os seus amigos os mais íntimos e ousados deram boas gargalhadas.
Um ano depois de seu casamento: 1974, ano em que veio o seu primeiro filho: o Jorge. Naquela época era costume colocar o nome do pai ou a primeira letra do nome. Foi então que optou pela primeira letra do nome.
Amiga, foi muito dolorosa a morte do seu querido pai o Seu Valdomiro, um homem correto, simples, mas muito dedicado à família. 
Lembro-me do teu primeiro contato aqui no mundo virtual, precisavas te comunicar com uma prima. Foi então que nos comunicamos várias vezes via Face.
Embora não seja tão boa pra datas jamais me esqueço daquela data: 13/5/1983. No dia em que sua mãe faleceu fiquei muito abalada, e pude somar contigo aquele momento de dor. Pois sua mãe, para mim, foi como uma mãe.
Quando eu passava as tardes na sua casa, sua mãe me recebia tão bem, era uma mulher bondosa, dedicada e muito amável, todos sentiram muito. Lembro-me de que ela fazia enxoval para os recém-nascidos, pois participava de um grupo de senhoras em uma igreja do bairro em que residiu por tantos anos.
Amiga, tomo a liberdade de entrar num tema um pouco complicado, pois te conhecendo não sei como vai reagir.
Espero convencer, pois é muito importante para o atual momento que vivemos. Está um pouco distante de mim, pois mora em outra cidade. Sei que o seu irmão ‒ o Olavo ‒ é cabo eleitoral de um candidato, chamado Senhor Collor de Mello. Eu não me engano, minha intuição não falha. Esse candidato me cheira mal, é mentiroso, faz parte de uma corja de maus políticos. Todos uns covardes!
Chega, amiga, você é uma mulher inteligente, vamos nos unir com o povo. Precisamos ficar, mas atentos, tudo é feito por de trás dos panos, na calada da noite, muita trairagem, chega de mendigagem, o nosso País e belo, é grande, é rico, só quero que você entenda que estamos à mercê de muita politicagem. Os políticos só faltam vender o nosso Brasil. Estão terceirizando tudo. E nós (o povo coitado) como uns bobos da corte para quem falta tudo: educação segurança... Estamos trancados nas nossas casas de mãos atadas. A saúde pedindo socorro. Uma tragédia! 
O nosso país precisa sair deste caos infernal. Precisamos de projetos sociais e de melhor distribuição de renda.
Amiga, imploro: bota a mão na consciência e por favor não vote neste  tal de Collor de Mello: uma continuação de quinhentos anos.
Chega de baixaria, precisamos de mais gritaria! O Collor vai meter a mão no bolso do povo. Será um rombo, um tombo, um retrocesso. Um gatuno assumirá o governo do país e o povo estará na praça pra ver a banda passar. Como uns bobos!
Não sou flamenguista, mas adoro o vermelho, por isso vou à luta, quero ver um Brasil bem igual, chega de desiguais. O Brasil não pode temer. Chega... Temer será um erro de percurso. Collor não tem jeito com suas teimas, é pior do que raposa atrás das moitas. 
Amiga Tamara, pense, olhe bem, reflita com carinho, não jogue o seu voto no lixo. Abraços carinhosos e respeitosos desta amiga,
Simone.

CARTA DE APRESENTAÇÃO
Florianópolis, 16 de março de 2017.
Minha cara professora da oficina literária do NETI,

Venho por meio desta enviar os meus dados do relógio de memórias. 
Nasci num dia muito frio e chuvoso, no mês de agosto de mil novecentos e cinquenta e três. Meu pai me falava que este mês era chamado de “mata cavalo”, de tão frio. Nada esquentava.
Cheguei ao mundo através das mãos abençoadas de uma parteira, pois nesta época todas as mulheres: minha mãe, tias, avós optavam por este tipo de procedimento, pois acreditavam ser mais natural.
Nasci num ambiente muito simples e humilde, numa casa de madeira bem no alto do morro.
Sou a filha do meio. Morei por muitos anos em Florianópolis e muito aprendi. Do que me orgulho, pois trago pra vida bons princípios e amor ao meu próximo. 
Não me recordo do dia e do mês da minha primeira ida para a escola, mas o ano foi mil novecentos e sessenta. Meu o horário era matutino. Era uma menina franzina e muito tímida. Fui uniformizada: blusa branca, saia com pregas azul marinho, meias três quartos e sapatos pretos. Foi a melhor roupa que usei no Grupo Escolar Silveira de Souza, na Rua Alves de Brito, em Florianópolis.
A professora se chamava Carmonzina. Era uma pessoa boa, mas muito ranzinza. Minha irmã mais velha é quem me levava, pois estudava neste colégio também. Lembro-me de que demorei a me acostumar. Tive muitas dificuldades em me relacionar e fazer amizades. Sentia muita falta da minha casa e da minha mãe. Chorava todos os dias. No final da aula me sentia muito aliviada, pois queria ir logo para casa para ajudar nos afazeres.
Meu primeiro trabalho foi em mil novecentos e setenta e seis na fábrica da Coca Cola, no bairro José Mendes, em Florianópolis. Nessa fábrica, cuidava de um visor onde tinha esteiras e passavam todas as garrafas de vidro. Era um trabalho bem perigoso, pois não tinha proteção nenhuma e estourava muita garrafa com a bebida. Era muita exploração. No fim do dia tínhamos que fazer toda a limpeza da fábrica e dos maquinários. 
Foi com esse trabalho nada fácil que aprendi muito e fiz grandes amizades. Acordava às quatro horas da manhã e chegava em casa às cinco horas da tarde. Era exaustivo. Não podia correr da arraia, precisava me vestir e ajudar em casa, me lembro de que quando trabalhava aos domingos sempre ganhava uma caixa de refrigerante e feliz levava para os meus irmãos.
Primeiro amor foi verdadeiro. Não foi platônico. Conheci num carnaval, no dia onze de fevereiro de mil novecentos e setenta e cinco, no centro de Florianópolis, na praça Quinze de Novembro. Meu pai, meus tios e avó eram pessoas muito conhecidas na cidade e fizeram os primeiros carros de Mutações e Alegorias: nome da sociedade Granadeiros da Ilha na qual saí nos carros dos meus dez anos de idade até os vinte e dois anos.
Conheci-o com essa idade. Ele estava com um amigo que era meu vizinho. Muito rápido marcamos um encontro que aconteceu na semana depois do carnaval. O encontro foi num jardim que fica localizado próximo à Avenida 
Trompovisk, no centro de Floripa. Lembro-me desse encontro como se fosse hoje! Casamos, tivemos três filhos e dois netos. Mais um está a caminho.  
Naquele tempo, meu pai era tão rígido que não deixava a gente ter muitos namorados e assim casei com o primeiro que conheci e formei uma linda família que amo muito.
Votei pela primeira vez para presidente do Brasil não me lembro ao certo do dia. Mas foi no segundo domingo de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e nove, na cidade de Florianópolis, na Avenida Mauro Ramos, na escola técnica: hoje IFSC. Meu voto foi para o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva e votei bem consciente, pois sabia o que fazia e queria um país bem melhor.
Numa noite linda e estrelada de verão, no mês de janeiro, dia dezenove de mil novecentos e setenta e nove, eu estava grávida de três meses, quando na escada que descia para ir comprar um sorvete, fui picada por um bicho peçonhento: uma cobra jararaca!
Meu filho se mexia dentro do meu ventre. Pedi socorro e fiquei internada. Meus pais estavam em casa e todos enfermos.
O pai então fez uma promessa:
‒ Se viesse um menino teria nome de santo: São Sebastião.
Meu filho é agora um homem feito. Chama-se Sebastião e até hoje venera o santo homônimo. Todos os anos sempre acompanha a procissão e se entrega com amor e devoção. Não perde uma missa na igreja que tem o mesmo nome e fica próxima ao hospital e à beira mar. A fé que ele sente pelo santo é muito ardente. E quando vai a procissão se entrega com amor e devoção, Quando não está bem clama de joelhos pelo nome do seu santo. E assim fala:
‒ Oh! Meu São Sebastião me dá forças, coragem pra seguir os meus dias e caminhos!
Sempre me fala:
‒ Mãe, este santo me salvou. Salvou eu e salvou tu!
No momento, toca a sua vida, é casado e pai muito prestimoso e zeloso. Cuida muito bem de seus dois filhos. Nasceu e se criou nesta bela ilha da magia, que se chama Florianópolis. Seu sonho desde criança era servir o exército, mas não seguiu carreira.
Irmão mais velho de duas moças, pois é muito trabalhador desde muito jovem. Ama muito a sua profissão, pois dela tira o seu sustento. Cuida tão bem dos seus equipamentos de trabalho.
É responsável no meio de tantos perigos em que tudo requer muita atenção. Tem bom coração. Gosta de ajudar as pessoas e principalmente os seus amigos que mais precisam de um alento e apertos de mãos.
Seu bem maior é olhar para cada irmão de caminho, pois assim eu ensinei. É um filho educado, tem senso e amor para com os seus. É muito humano.
Seu time do coração é o Avaí. No dia do jogo sai por aí igual louco a gritar e a fazer muita festa. É tamanha a sua euforia!
Sempre o apoiei quando ele saía para as festas e para o seu trabalho. Sebastião também tem poderes e sabe como ninguém cumprir os seus deveres, pois faz valer o seu nome que é tão forte e que ganhou quando ainda estava no meu ventre.
Segundo o que minha filha conseguiu lembrar, o falecimento do meu pai foi em mil novecentos e noventa e nove. Não me lembrava do ano exato pois foi morar com outra pessoa e formou outra família. Tudo estava numa maravilha até então ele não ficar doente. Mas quando sua saúde ficou comprometida ele precisou ficar internado e a outra desistiu dele e ficou com o seu gordo salário.
Na hora do seu desencarne, foi muito complicado e muito dolorido, houve muita confusão entre as famílias. A tal mulher nem sequer apareceu, pois já tinha outro. Foi uma experiência que jamais quero reviver.
Me lembro que tinha levado o meu um evangelho espírita e li uma página e pedi a Deus e aos bons espíritos que todos se acalmassem e deixassem ele partir para a vida verdadeira assim que consegui reunir todos ao redor da cama ele deu um suspiro e partiu me lembro de toda a cena.
Observação meu pai faleceu no hospital universitário foi funcionário por muitos anos da universidade federal de Santa Catarina era impressor trabalhava numa máquina off set. Minha mãe faleceu no dia onze de fevereiro de mil novecentos e noventa e seis na madrugada de uma quarta feira no hospital Nereu Ramos em Florianópolis, recebi a notícia através de uma vizinha eram exatamente três horas da manhã quando bateu na minha porta para me dá está triste notícia foi muito forte me senti sem chão neste momento não conseguia chorar fiquei engasgada 
Faltaram lágrimas. Olhei para o céu, estava muito estrelado abri meus braços e falei:
‒ Deus, me daí forças!                                                                                                                               
Só Ele poderia me ajudar e me segurar. Então minha avó morava com minha mãe. Afinal todos nós morávamos muito perto uns dos outros, mas o mais difícil que foi eu tinha que avisar pra minha avó e pegar a roupa pra vestir a minha mãe. Foi muita dor. Minha mãe tinha me falado que assim que saísse do hospital iria passear com aquela roupa .
Guardo muita tristeza comigo e até pedi perdão pra ela pois não tive a coragem de vestir a minha mãe e nem consegui ver ela neste momento.
Mas a alguns dias antes do ocorrido eu tinha tido um sonho e vi ela num velório e do jeito que eu vi no sonho vi no real.
Mas foi muito difícil pra mim ficar sem a minha mãe que tanto amei e sei o quanto ela me amou e sinto tanta vontade de gritar bem alto, como criança, a palavra que não chamo a anos: 
‒Mãeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
Mudei de Florianópolis no dia vinte de setembro de mil novecentos e noventa e sete. Hoje resido em São José, num bairro de que gosto, mas estou na maior parte do tempo em Floripa com a qual eu me identifico muito, pois é a cidade onde nasci, me criei e casei. Minha mudança foi uma grande oportunidade, pois já não conseguia subir mais o morro onde morei, mas lá deixei irmãos e alguns vizinhos e jamais me esquecerei e nem posso das minhas raízes.
Sempre assumi responsabilidades, pois sempre ajudei minha mãe a criar quatro irmãos. Nunca tive tempo pra mim. Maturidade pra mim foi quando aprendi a me olhar, a me amar e me escolher, procurando saber o melhor pra mim e para o meu viver. O que falta muito ainda!
Conectei-me com o mundo virtual em dois mil e dez: meu filho ganhou de um amigo um tablete. Comecei a mexer nele, foi aí que pedi a filha que me ajudasse a fazer uma página, então ela fez um Facebook no qual me socializei com as pessoas, lá encontrei amigos que não via há muitos anos. 
Além do mais, no mundo em que vivemos precisamos ter contato com este universo de informações tão rápidas. Conversamos com o mundo! Jamais imaginei que fosse precisar disso e, no entanto, hoje isso é um bem necessário, quando é bem usado. 
Prestes a terminar de escrever o texto do relógio de memórias para o blog Netiativo, sinto que gostei bastante. Aqui escrevi tudo que vivi. No começo fiquei meio confusa, pois minha mente abriu de uma tal forma que parecia um filme que desenrolava na medida que escrevia. Vivi cada momento, cada emoção e cada sentimento. A cada palavra e situação que surgia meus olhos lacrimejavam numa mistura de alegrias, tristezas, revolta. Menos raiva. Nem mágoas.
Sabe, mesmo com tantas dificuldades pelas quais passei não desisto nunca de mim, da vida e das pessoas. Cada um de nós tem uma história (triste ou não) que está latente em  nós e não tem como mudar . Foi no livro da nossa vida que fizemos a nossa história. Graças a Deus sou uma pessoa do bem, tenho fé, acredito ainda muito em mim e na vida.
Foi muito bom ter relembrado tudo que fiz por meio dessa estratégia do relógio da memória. Bom demais! Obrigada. Sou muito grata mesmo por tudo. É por isso que me identifiquei com a oficina literária. Era tudo o que sempre quis. Gosto muito de ir à aula. Pra mim a quinta-feira é uma festa. É assim que vejo. Gosto de todos e principalmente de você.
O bom foi que este tipo de exercício faz a gente voltar ao tempo, e queira ou não é dele que chegamos até aqui. Não podemos esquecer jamais da nossa trajetória de vida, quer seja triste ou alegre, sofridas e doloridas talvez.  Estava escrito e tinha que ser deste jeito, pois só damos valor pra vida através de obstáculos para o nosso aprendizado.
Sou grata por tudo, pois acordar a cada dia é uma dádiva. Olhar este lindo dia também. Eu me amo muito apesar dos pesares.
Uma boa tarde, que Deus ilumine seus caminhos e caminhadas! Abraços mil. Um ótimo fim de semana.

Marlene.

Quem canta
                                                                                                     

Créditos Marlene Nobre
Um bom dia
Uma toalha posta
Uma mesa composta
Uma xícara com pires
Um café bem quentinho
O pão nosso de cada dia
Nem precisa de queijo, só de manteiga

O bom cantador não reclama
Canta e encanta
Olha o cantar dos pássaros:
São felizes e encantam

O sabiá não esnoba canta
Por isso eu quero ver minha alma
Bem formosa não precisa ser charmosa

E quem conhece o amor
Não é mesquinha, nem orgulhosa
Nem calhorda e nem precisa chorar
E pra quê se lamentar?

É só cantar pra se animar
Precisamos nos olhar nos orientar
Pra quê se confrontar
O mundo está a nos esperar

Vamos cantar pra aliviar
Os nossos dias, pois quem canta
‒ Seus males espanta.                                                                                    
           
Não custa sonhar

Nada é tão bom quanto
A paz de espírito
Um encontro com os amigos
Um acerto de contas com o coração

Crédito Marlene Nobre

Um olhar no horizonte
Ter a maior convicção
De dias bem melhores

E ver o sol brilhando
Também na nossa direção

De falar sempre a mais pura verdade
Pois mentiras não nos convém

Ver crianças brincando e todas felizes
Pois precisamos ver um mundo
Mais lindo menos guerras mais flores
Nos jardins e todas coloridas e floridas

O mundo precisa de mais gente otimista e do bem
E de um País de iguais
‒ Chega de desiguais ‒
Mesmo sendo diferentes, mas que possamos
Saber respeitar e ser respeitados

Marlene Nobre

Não queremos um mundo como o da Alice
(Este só em sonhos!)

Mas que começamos por cada um de nós
Mesmo que seja difícil a prática do bem
O povo espera pra agora
Pois somos irmãos; não de sangue
Mas de oração e coração
Somos Brasileiros temos fé e acreditamos
Num mundo de paz
É só querer e acreditar sem tremor
E sem Temer

Colo de mãe

Preciso de um colo igual de mãe
Não existe amor maior
Mais confortante que o de mãe
Esse não nos engana
Igual sorriso de alma
Que nos faz tão bem
E nos acalma
E não tem pra ninguém
Que agora só me resta saudades eternas

Oba... Vou...

Oba... vou fazer uma festa
Vou... Enfeitar os meus dias
Aquecer minha escrita
Com esses belos textos poéticos
Em forma de poesias

Almejo ser uma grande poetisa
Sou uma pedra bruta que precisa
Ser lapidada de conhecimentos
Mais profundos para fazer boas
Escritas.

A festa da bicharada

O padre reza a missa
O galo anunciava o dia

Alto Relevo. Marlene Nobre.
O cachorro latia
O carteiro batia palma
Pulou a cerca e rasgou a calça

O café esfriava
O leite fervia
O guarda apitava
O menino berrava
A mamadeira caía

 O gato pulava lambia o mingau
O cavalo relinchava
A criança chorava
Ninguém se entendia

A vaca babava
O papagaio falava
O leiteiro caiu arrebentou
O suspensório a calça caiu
Foi um alvoroço

A velha escorregou na casca
E quebrou a perna
Chamaram o doutor 
A velha gemia de dor 
A criança chorava
O cachorro latia
o papagaio falava

O gato miava
O porco roncava
A velha gemia em cima da escada
A galinha cacarejava
o galo cantava
A criança chorava de fome

O macaco pulava
O leite fervia
O gato miava
A criança gritava
A velha gemia
Ninguém se entendia
Que alvoroço!

O porco roncava
A criança mamava
A galinha ciscava
O pato cantava
A velha em cima da escada
A criança chorava
O macaco pulava
O cachorro latia,
O gato miava,
O leite fervia,
O café esfriava...

Amanheceu o dia e todos gritavam
Ninguém se entendia, que confusão!
Eita festa boa! Só na gritaria!

03/01/17

Santo é o teu nome
Benditos sejam os teus dias
Sagrado seja o teu pão
Abençoado seja o teu coração

Dedicado sejas na tua oração
Cuidados com a tua saúde
Protegido sejas do perigo
Que encontres nas ciladas indesejadas
Esperteza neste instante

Pois tu és filho de Deus
Iluminado seja os teus c caminhos
Somos únicos e todos filhos
De um só o pai
Que assim seja.


Réveillon

Fui ao hospital assim que virou o ano
Meu coração reclamou queria amor
Não me cuidei exagerei na dose
Tomei sol me esquentei me infernizei
Briguei, mas não tomei pinga.
Não é a minha praia,
Mas me esqueci.
Caí de boca nos salgados, na maionese e no chester
Estava tudo uma delícia.
Foi muito sal pra este corpo
Não dessalguei... Fiquei sem água.

Eu sei, é sério, sou hipertensa.
Eita pressão!
Fiquei a mil na minha cama
Fui no hospital: estava mal.
Mal enxergava. Veio o Dr, e eu ali
Sem me mexer.
Logo me perguntou:
Qual o seu nome seu endereço?
E o seu peso?

Eu bem acabada ... Queria mesmo era
Ficar boa deste problema
Não queria sentir nenhum sintoma
Muito menos saber do meu peso
Que não é pouco, me sentia uma baleia

Eu mal falava, estava mal
Foi quando ele me medicou com soro na veia
Neste momento, fiquei um pouco melhor, menos mal

Ele olhou pra mim e falou:
‒ Pode ir embora, você está um pouco descompensada.
Me embananei e sem entender
Voltei pra casa fiquei confusa e sem entender...
Quis saber o que ele tinha me falado...
Agora estou bem
Descansando e procurando compensar
O que ficou descompensado
Será que foi mesmo a falta de amor?
Ou quem sabe eu tenho amor demais
Neste meu bobo coração.
Que nunca me entende?!

23/12/16
Não somos de ferro                               
Pra carregar peso
Que seja leve
         e suave
A vida agradece
         e merece 


Uma conversa com Jesus
                                
Jesus olhe por mim.
Pisei meus pés em cima de espinhos. 
Eu sei foi muito pouco perante os teus: cravados na testa parece me sinto cansada e não compreendida com as minhas provas... eu sei... são pequenas, mas não sei como fazer; perdi o meu rumo e a minha direção. Sei o que vai me falar, mas te falo: eu sempre oro, me envolvo nas preces não sei o que acontece, parece falo só dá boca pra fora, não sinto sair do coração.
Falo-te: eu tenho fé, eu acredito em Deus. E em ti.
Pois quando me vejo, já estou chorando, as minhas lágrimas na face rolando, e eu não compreendo porque isto está acontecendo comigo. Sinto uma tristeza profunda que se mistura comigo e com as minhas lágrimas. Sinto-me sem forças pra dar mais um passo só tu como um bom irmão podes me ajudar e me amparar, por favor, eu preciso seguir não me deixa cair eu preciso muito de ti.
Eu preciso me cuidar, estou saindo dos trilhos, deste jeito não dá, porque eu não ouso olhar de frente pro espelho... Deixar refletir minha alma. Ela está a me perguntar:
‒ Hei eu estou sempre contigo, acorda deste sonho! Cuida-te não podes perder o amor que está em ti e sempre sentisse por ti. E a tua autoestima como é que fica? Sempre fostes feliz. Cadê a tua criança? Não deixa ela escondida! Ela te pede pra brincar... Vocês sempre brincaram juntas. Pulavam dançavam corriam...  Não deixa morrer. 
Jesus sempre disse: “vinde a mim os aflitos, os cansados e confusos. Eu vos abraçarei.
E quem falou que viver e fácil?
Minha irmã, cada um tem o que precisa e merece. Então vai viver a vida sem queixas. Esta que meu Pai te presenteou, não esquece, é uma dádiva.
É só o começo. Não reclama. Viva. Olha para os lados. Nem sabes ainda o que te aguarda: faça dívida. E segue a fazer tudo o que a vida te oferece...
A viver a vida... e ajuda um irmão de caminho e caminhada.

Água é vida

É energização, é cura.
Líquido precioso
Nascemos envoltos n’ água
Líquido precioso tão mal aproveitado pelos muitos desperdícios
A água que eu bebo me limpa me lava meu corpo
E me deixa mais pura e leve
Purifica minh’ alma
O homem precisa ser mais consciente
Com tantos desmatamentos que
Prejudicam o solo as nascentes
Os rios
Os riachos
E as cachoeiras...
Água liquido abençoado
E sagrado
A água que corre nos rios
Que nasce nas fontes
E salta nas cachoeiras
Água que o planeta tanto precisa
Água chamada vida.

17/11/16

Sou vida ar que respiro amor
Sonhos que um dia vão florescer
Colorindo o espaço com as cores do
Arco-íris

O elo entre mim e meu semelhante
Sentimentos fraternos na alameda
O endereço da poesia

Música! Muita música
O arrebatamento de novos encontros
Música, maestro!
Mesmo no ar que respiro, que transpiro
Amor! Como é difícil amar o que não se vê: o ar 

Então...  
Não sou corpo nem mente, sou só
O ar ...
O endereço desta poesia está na esquina onde se encontram
Ginástica com a música, numa visão clara: o amor.


Ar, ares

Bons ares
Bons Mares
E olhares

As flores que plantei
Que colhi, que te dei
Que reguei no jardim
Quando olhei
Bem te vi

Quero-quero
Pintassilgo
Andorinhas
E rolinhas

Dentro daquela gaiola
Com asas cortadas
‒ Sem vooooooooar...

Vida

Ar que eu respiro, que transpiro amor
A dor não é mais forte que o amor.
Amor que te revigora, que te impulsiona.
Que te faz acreditar na força e na fé.
Na sobrevivência do teu ser: existencial.
Amor sincero, verdadeiro. Amor puro.
Comedido, comprometido, contigo
Com a vida, este te faz acreditar,
Na vida nesta vivida, e que te faz enxergar que mais és vida.
És querer, és saber, entender.
Qual tua vinda para a vida.
Tua beleza infinita lembra as flores
Que enfeitam o vaso. Se faz vida, é vida.
Tu és luz, és cor, és ar
És vida nesta vida
Uma mistura de Amor com a vida:
Vida.

Paciência

Engraçado! Hein?!
Que nada!
Minha paciência cansou :
Cansou de esperar
Cansou de suportar
Cansou de estar cansada

Não quero mais assim
Preciso ser ouvida
Não quero ser comovida
De coisas que eu, não quero.

Eu quero respirar
‒ Ar.
Calmamente.
Eu quero ser entendida.

A minha paciência cansou de mim

Sentir

Sentei na grama que me convidava.
O dia estava de paz
Fiquei a observar com cautela.
As pessoas, as crianças
Suavemente respirei puro ar
Tudo ao meu redor exalava amor,
Perfume de flor.
Tudo sublime, delicadeza, suavidade
Vi o sol a passear por entre as árvores
Me pareciam sorrir
A brisa soprava no meu rosto. Por um instante fiquei extasiada.
Os pássaros, em coro, entoavam seu canto. Me parecia alegria
Tudo combinava em harmonia
Naquele dia, eu sentia muito prazer
Em contato direto com a natureza
Eu sentia muita emoção.

Que dia!

Florianópolis, 06/11/2016
Coisas da Alma

Não sou boba
Sou tristonha
Guardo no meu peito mágoas,
Sofridas, doídas e tristes
Marcam-me profundamente.
O amor!
Guardado no peito eu tenho
Essas marcas marcadas
E marcantes, que trago comigo
São como feridas fétidas
Que maltratam e doem, muito
Não cicatrizam. É como machado
Que corta aquela bonita árvore
Eu sei. Tudo tem um fim
Nem que seja com a morte
E junto comigo vou levar
Marcas impressas
Pela vida ingrata
Que não me poupou da dor
Das amarguras
Só Deus sabe o que sofri
Naquele dia por ti,
Tudo está guardado
Nas lembranças

Que eu vivi.                                                       

Amor de coração
Amor de alma
Amor de coração
Amor puro ...
Seguem juntos, buscam verdades
Na mesma intenção e direção
Só os sensíveis de alma.
Rebuscam carinhos, Amor
Paz e atenção!
Amor bem vivido, de vidas passadas
Que nesta
Um encontro ou reencontro
De almas felizes, bonitas
Parecem almas gêmeas
Que nos caminhos, da vida.
Seguem, de mãos dadas
Amor infinito, mais que amor
Ligados pela alma, e coração
Isto é lindo, existe

Isto é Amor.


Florianópolis, 03/11/2016

Jesus semeou Amor
Pilatos foi traidor
Maria mãe de Jesus
São José foi cuidador

Na vida eu quero amor
Eu vivo e sou tão feliz
Quando criança gostava de histórias
Agora eu sou sonhadora

Abraços são como laços
Apertados e bem quentinhos
Eu amo e vivi o amor.


Meus Pecados

Nesta igrejinha singela
Tem imagens, tem quermesse
Aos domingos tem missa
Tem novenas, tem reza
Tem fiéis, e eu também
Com meu véu na minha face
E o rosário nas mãos
Me ajoelho.
Converso com Deus
É lá que eu faço promessas
E me sinto tão bem
Eu tiro os meus pecados
Me confesso
Só eu e o vigário
Rogamos por meus pecados
Eu quero, eu preciso alívio
Ah! Quantos pecados
Eu sei eu sou uma pecadora
Mais falo!
Não matei, nem roubei... 
Eu só traí o meu irmão
Eu falei mal, eu joguei pedra
Eu sei eu não podia
Meu pensamento é sujo
Fere ainda... Magoa...
Seu vigário, me ajuda
Eu preciso ter paz
Me tira esse pecado

Muito obrigado, meu Deus!
Ao vigário eu agradeço
Por ter me ajudado
A aliviar minha alma.


Sonho

Quando sonho
Me transporto
No tempo, eu viajo.
Numa entrega plena.
Me sinto feliz, vejo anjos
Arcanjos e querubim.
Vejo nuvens, em forma de algodão
Me sinto leve e solta
Viajei no espaço.
E voltei no meu tempo.
Hoje é tão meu. Minha fantasia
Nessa viagem ancestral.
Me realizei como um Ser
Encontrei-me, me entendi
Neste sonho só meu
Minha alma suspirou de paz
Quando me libertei deste corpo
De carne e pesado
Puro sonho

Com os anjos.

A vida imita a arte
Temos que valorizar
O sentido da vida

Que a morte não é o fim
Mais o recomeço
De uma nova vida

Coincidências ou não
O rio lhe trouxe a vida
Pura ficção da vida

A vida reserva surpresas
E um grande mistério
Nos aguarda, nos reserva
Vamos nos abraçar mais
Vamos nos dar as mãos

Abraços carinhosos
Apertados são gostosos
Abraços bem dados
São como laços

No fim do túnel
Acaba a luz


Que clareia
A água escorre do tonel

Nesta casa tem amor
Tem carinho e paz
Tem criança feliz
Que brinca na cama

Margaridas são brancas                                                    
Tenho saudades
Daquele jardim
Todas enfileiradas
As mais brandas

Luz que clareia
O caminho
Que andas
Vela que arde a chama

Um gosto de doce
Na boca sem sal
Vida sem amargos
Gulodices

Escuridão é importante
Depende como
Tu vês, a luz 
Por onde andas
Tudo faz parte

Menina bonita e querida
És uma flor
A mais linda
Braços que te embalei
Quando dormia

Quero que saibas
Que te amo
Quando te vi
Naquelas escadas

Tenho uma força
Dentro de mim
Quando te vejo
Sinto uma fortaleza

Maria mãe de Jesus
Saudades que sinto de ti
Naquela estrebaria
Em Jerusalém

Quem não sente
Falta de saudades
Cheinho de carinhos
Igual de mãe

Eu quero abraços
Mendigando atenção
Podem achar pobre
Mais quero amor

Quero te falar tudo
Que não consegui
Me comunicar me expressar
Tudo exige contato

Eu passeio meu olhar
Pela areia
Pelas plantas
Meu pensamento viaja no Céu
Corta o ar

Eu respiro amor
Vagueio tenho paz
Me transporto no teu olhar

Tenho Asas
Mais não voo
Eu viajo nos meus sonhos
Vejo flores sinto fogo
Em brasas


O gato subiu
Pelas paredes escorregou
Na mesa quebrou o vaso
E sumiu

Que dia lindo
Eu caminhei na rua
Avistei o céu de anil
Me sentei observei

As árvores
As flores perfumadas
Me pareciam felizes
Abanando as folhas
Verdes e viçosas

O sol refletia por entre elas
Vi gentes felizes
Muitas apressadas
Muitas pareciam confusas
Olhei pra capelinha
Estava de portas fechadas
Vi um fiel fazendo sinal
Da cruz
Os pássaros a cantar

Parecia agradecer o dia


Espero ter entendido
Mas tentei
Quando olhei
Todo aquele esperado

É só mudar
O teu pensar
Aonde andas
Com quem estás
É só olhar

Envelhecer
Menos a Alma
A criança que está dentro de nós
Jamais pode morrer
Aí não tem graça

Pressa que tira a calma
Que me incomoda
Que me atropela

Felicidade maior
Onde repouso meus sonhos
Sem nunca pensar
Em desistir

Não importa o que pensas
Eu sei, eu não perco as esperanças

Se na dor
Me aproximei de Deus
No Amor
Me entreguei de corpo

Observe os olhos:
Olhos falam
Quando olhados.

Escrevi com a alma
Pressa que me acelera
Que me tira a calma

O dia está calmo
O coração acelerado
Eu aqui te esperando

Me transportei
Minha alma se libertou
Deste emaranhado
Quando sonhei

O gato subiu na parede
Caiu da escada
Se enroscou no tapete

O cachorro latiu no portão.
O carteiro entregou a carta
O menino soltou o balão.

Florianópolis, 03/11/2016
Neste banho de espumas
Coloquei cheiro de rosas
Fiz bolinhas de sabão
Nestas águas perfumadas

O padre reza a missa
O sino toca dim dom
A noite é fria e escura
O coroinha na sua missão

Eu sem razão
Pra dizer adeus
Que amor ingrato o teu
Não deu chance
Que papelão

De um alguém que partiu
Ganhei um perfume
Fiquei triste 
Meu coração reagiu

Teus olhos
Me falaram
Tudo que eu quis
Te falar quando te olhei
Mais fiquei a olhar

Sinto uma dor tão sofrida
Que fere a alma me apunhala
Me agride uma mistura confusa
Que chora

A vida é como nuvem
Passageira e rápida
Que vagueia como sonho
Neste vai e vem

Luz que brilha o dia
Pedras preciosas
Enfeites de mulher

Um sonho sonhado
Estou fascinada
Com o nosso universo
Tem cores tem fitas
Tem laços e abraços
Tem festas e doces
Famílias e amigos
Que coisa querida
O mundo é lindo
A vida é a mais bela
Do nosso planeta
Eu amo a mim.
Eu amo a vida
Eu tenho amor

No meu coração.

Florianópolis, 02/11/2016
Quero resposta

Na calada da noite
Eu aqui.
Conversando comigo!
Me questionando
Querendo respostas.
O porquê, de tantos por quê?
Qual motivo, e eu sem saber.
Não tenho tempo, pra nada.
Minha cabeça confusa
Chegou madrugada.
Eu na penumbra do quarto
Sem saber mais, de mim.
O que faço comigo
e com tanto por que?
Já nem sei o que faço.
O sono não vem, eu sozinha comigo.
Nesta confusão mental.
Só eu, e comigo.
Não sei o que vou fazer
Nesta noite confusa, e me sinto tão só.
Aí paro e rezo, e pergunto pra Deus:
‒ O que faço comigo
e com tanto por que? Minha cabeça
Está muito cansada.
E eu sozinha comigo
E o sono? ‒ Não vem!


Florianópolis, 01/11/2016
Na minha rua

Na minha rua
Eu ando sozinha
Na minha rua
Tem gente bondosa
Na minha rua
Tem nome de santo
Na minha rua
Tem crianças
Que brincam
Na minha rua
Tem paz
Tem harmonia
Na minha rua
Tem boas vizinhas
Na minha rua
Tem reunião
Tem encontros
Tem novenas
Tem barraquinhas
Na minha rua
Tem gente bonita
Tem alegrias!

28/10/2016. Moradas

Não importa onde moras .
Se é casa
Ou choupana .
Palacete ou cabana

O que importa
É que moras
Num lugar
Todo seu

Não importa
Como seja.
O melhor mesmo
É que sejas feliz

Temos várias moradas
Aqui, de passagem...
Pois tem 
Muitos lugares...
Felizes ou não.


Hoje (21/10/2016)

Neste encontro
Tão importante
E tão desejado
Com o Núcleo
de Estudos da Terceira Idade
Estava tudo tão lindo
Pessoas felizes
Alegres
E sorrindo
Falamos de Amor
De cores e da vida
Muita harmonia
Muita paz e sintonia
Uma entrega ao ar livre
Falamos de nós
E de encontro com a Mãe Natureza
Ar puro, árvores sussurrando
Muita falação, poemas e versos
Alegrias, apertos de mãos
Abraços fraternos
Muito amor ao nosso redor
Que encontro gostoso
Foi puro amor
Muita dedicação e carinhos
De todos do grupo
Que encontro perfeito
Que pessoas bonitas de alma
Tudo isso faz parte do processo
Chamado Amor.

Florianópolis, 27/10/2016
Rever

Por que reclamar da vida, que é bela?!
Eu hoje acordei um pouco sofrida,
Carente, chorosa.
Não vi meus amigos, não fui para escola, não estou queixosa, senti falta.
É apenas meu relato, parei e pensei.
Como a vida é bela?!
Reclamamos por tão pouco, contudo, e com todos. 
O tempo é curto, a vida tem pressa.
Ainda insisto e digo de novo, por um instante, como um sopro...
Tudo passa, tudo acaba: nós, a vida.
Nada é pra sempre aqui.
A não ser em outros mundos.
Outras vidas, outros corpos, mais ainda, insisto e falo, aqui.
Como a vida é bela?!
Por que não aproveitamos os espaços,
o tempo, a vida – aqui e agora.
O amanhã pode ser tarde, e nem existir
Pra nos abraçar bem mais
E falar bem mais que nos amamos
Amamos muito a nós, ao outro, aos outros...
E que a vida é bela, muito bela!
– A vida, essa: de agora.

Vivências

Adquirimos conhecimentos, muitos.
Já passamos, por algumas
Fases e idades
Somos vividos.
E mais experientes; não velhos.
Ah! Velho?
É feio, é pejorativo.
Velho é um móvel, uma roupa surrada
Um calçado sem sola.
Precisamos sim respeito
Precisamos ser mais respeitados
Precisamos ser mais olhados
Olhado nos olhos
Somos seres
Temos vida
Somos vivos
Somos pensantes ainda
Cantamos, festamos,
Bailamos, brincamos
Ah! Amamos
Experiências de vida, temos
Não somos velhos
Estamos na melhor idade
E na boa, e de boa
E vivemos a vida
Como tem que ser vivida
De bem com a Vida
Que coisa boa
É a vida, a nossa vida.
Essa é a nossa
Melhor idade!

Nossas energias

Neste reencontro, me entreguei
Nas cores, fui envolvida
Senti um profundo alívio de calma,
de leveza, de paz, de harmonia.
Um momento meu e único
Com minhas mãos, levemente, passei
Por cada chacra, e cada um vibrava
Uma sensação jamais sentida,
Foram todos vitalizados.
Da mais pura energia
Minha aura reacendeu luz.
A mais pura do meu ser.
Que maravilha somos nós
Nosso universo íntimo, e muito importante, vital.
Cada um de nós deveria, poderia,
Cuidar-se com mais carinho e atenção.
E conectados com o alto, o mais alto
Para captação de energias
E com o nosso Eu, o mais sutil.
Somos energias, a mais pura
Deste universo
Nossa saúde depende de equilíbrio

Nós somos as nossas energias.

Vida

Numa entrega total
Fiz uma busca comigo
Me recolhi .
Num respirar lento e calmo, mergulhei
No meu Eu, me envolvi da mais
Pura emoção, guiada pelos meus sentidos, vi a importância da vida.
Mentalizei cada órgão,minha anatomia:
Que maravilha! Pura energia. Somos vida
Uma beleza profunda. Mentalmente vi
Cada órgão, e perfeitos,e todos saudáveis,tenho a certeza, a mais certa
Que Deus não poupou
Quando desenhou cada um de nós
Somos a perfeição, somos a criação.
Do divino
Eu sou a vida, tudo isso é vida.

Novembro/2016

Oi estou aqui!
Um toque
Um beijo
Um afago
Um cumprimento
De um bom dia, boa noite.
Oi tudo bem?
Como estás?
Vivemos juntos, e misturados.
Mais distantes, sem carinhos, sem afetos, parece ninguém, conhece ninguém,
Ninguém que saber de ninguém, e nem saber como está.
Precisamos mais de conversas.
De irmãos pra irmãos!
Amigos versos amigos!
Já imaginaram?
Que mundo poderemos fazer?
Não é invenção, nem ficção. É real.
Muita solidão, muita depressão.
Na multidão. Todo mundo é igual.
Cada um é mais um, e eu também, só um porém.
Eu sorrio, eu cumprimento, eu converso.
Ah! Eu me sinto tão bem, tão bem.
E não tem como!
Com tantas transformações.
A natureza pedindo socorro...
(por que não sermos um pouquinho melhor com os nossos irmãos de caminho?).
Vamos colocar nossas mãos, na consciência.
Pois a hora chegou.
Vamos ser mais humanos, menos mesquinhos...
Deixar de ser egoísta.
Não precisamos deixar o outro ir embora

Pra falarmos da sua importância.
Então vá e diga!
Eu te admiro, eu te quero bem.
Eu te amo te amo, te amo.
Hei, eu estou aqui?
Podes contar comigo?
Meu irmão, minha irmã,
Meus amigos (as),
De sangue, de coração, de caminhada.
Boa noite, bom dia, boa tarde...
Menos caras feias
Mais carisma
Mais carinhos, muito amor.

Florianópolis, 04 de outubro de 2016.
História da Alma

Quando me transportei
Eu viajei no tempo, no meu tempo
Vi cachoeiras, vi riachos, vi mato e me vi
Vi meu nascimento, me vi criança,
Nascendo, recebi luz, nasci
Quando cheguei aqui ,e me aceitei

Quando me transportei
Eu viajei no tempo
Vi cachoeiras, vi mato e me vi
Vi meu nascimento: me vi criança
Vi nuvens, vi sol alumiar
Vi luz clarear meu nascimento
E me vi tão bem, quando cheguei aqui
Me fiz luz, minh’ alma suspirou de paz.

Florianópolis, 29 de setembro de 2016.
Um viajante louco

Um viajante louco chegou de um lugar distante
Cheio de amor (resfolegante)
Para um encontro
Com a mulher do outro...

Evidente: o outro ficou raivoso
Perguntou para ela: “Meu bem, quem é?”
– Não sei. Me mostre
o desvairado, o louco!

Neste emaranhado
Apareceu um amigo do outro
Que se compadeceu com o desaforado.

No meio de tudo, aparece alguém
Sem saber de onde
Foi logo gritando: “Eu acabo com ele”.


Florianópolis, 01 de setembro de 2016.

Acróstico

Menina bonita, querida e feliz, és uma flor: a mais linda que meus olhos já viram.

Amor da minha vida, em meus braços eu te embalei, cantei versos em músicas pra ti dormir.
Realmente, eu sou muito feliz nestes
Laços de Amor sou o pai mais feliz, menina bonita 
E feliz. Quero que saibas que te amo, que sou 
Nada mais do que muito muito feliz. Marlene, teu nome é força

Criação de Marlene e outras
E tu és tão feliz!


Florianópolis, 24 de agosto de 2016.                        
Eu precisava me olhar!

Quando eu me inscrevi
Neste dia
Eu precisava
Fazer algo
Por mim
Precisava preencher
Os meus dias
Conhecer
Novas companhias
Neste dia
Eu já sabia?
O que fazia?
Me integrei
Neste grupo
Ah! Que emoção
Só conheci
Gente boa
Eu sentia
Eu já sabia
Eu pressentia
Eu vibrei
De alegrias
Com gente
Feliz e faceira
Bem criativas
Boas ideias
Que coisa boa
Pura descontração
Me envolvi
Pela primeira vez
De pessoas amigas
E companheiras
Eu já sabia
O que fazia
Foi pura harmonia
Muitas emoções
E alegrias
Cantamos
E relembramos
Bons momentos
Da infância
Fiz uma viagem
No tempo
Me sentia
Uma criança
Quando cantamos
Uma música...
Aquela!
Que eu cantava
E cantarolava
Quando criança
Eu já sabia
O que fazia
Quando naquele dia
Eu me inscrevi
Neste maravilhoso
Grupo de pessoas
Que já viveram
Por diversas experiências
Boas da vida
E que agora
Estão de paz
E de boa
E sabem
Estamos
Todos na boa
Na nossa melhor
Fase da vida
Na melhor idade
E vividas
Neste dia
Quando me inscrevi
Neste grupo do NETI
Parecia eu já sabia
O que queria fazer
Sai do meu mundo
Este sabe?
Que me incomodava
Deste mundo
De marasmo
De um vazio
Sentido e vivido
Que não me
Preenchia em nada
Que só me incomodava
Mais quando
Me decidi
Eu me inscrevi
Eu já sabia
O que fazia
Me integrei
Neste grupo
De boas companhias
Que coisa boa
Eu fazia por mim
Junto de gente
Feliz e faceira
Neste dia
Eu já sabia
O que fazia
Ah! Pura emoção
Eu sentia
Junto de boas
Companhias.

Me conhecendo

Não sou pessimista
Não estou deprimida
Não sou depressiva
Só quero ficar
Um pouco comigo, um pouco sozinha
Não estou precisada, não estou carente, nem doente.
Estou muito bem, me descobri.
Eu quero ficar só zen!
Não preciso de quem!
Quero ficar bem recolhida, no meu aconchego, e comigo.
Quero me abraçar, preciso me olhar
Rever meus conceitos.
Eu sei amar, eu quero me amar
Preciso me enxergar
Quem sou eu?
Sou do bem?
Estou de Bem, bem zen?
Que bom, não estou só.
Estou só comigo, eu sou mais eu
Eu com o meu eu
Só quero o meu momento, precisava
Meu respeito, minha calma, foi embora
A paz que tanto almejava, fora
Está dentro de mim.
Me descobri, meu mundo interior
A minha paz, o meu eu
Não quero me esquecer
Pois sou muito, muito especial
Eu me preciso, preciso de mim
De ficar mais de bem
E comigo.

Florianópolis, 25 de agosto de 2016.
Criação em grupo: Lenara, Luci, Marlene, Maria José, Maria Helena
Lembranças

Ainda hoje sinto saudade do tempo da minha escola primária.
Recordo quando chovia: aquele cheiro de terra que se misturava com lembranças...
Como quando minha irmã brigou com o namorado!
E depois a infância dos meus filhos: mais namorados, mais brigas, mais saudades, mais tristeza.
E tudo o que já passou...
Hoje, tudo isto volta, agora de frente para o peixe vivo que tenho de colocar na panela.

É autora do blog  http://nobresenobres.blogspot.com.br/
Em 04/11/2016 afirmou: "Tenho muitos cadernos espalhado pela casa toda alguns joguei fora, às vezes tenho um pouco de insônia e passo o tempo escrevendo. Amo escrever. Sinto uma necessidade enorme de escrever, me sinto muito bem escrevendo."

São José, 13 de outubro de 2017.

Hoje ao acordar pela manhã fiz uma viagem ao túnel do tempo.
Mergulhei no tempo, rebusquei  tudo o que vivemos desde a nossa juventude (e olha, já faz alguns anos!).
E vejo o que representa para mim, pois ainda me lembro do nosso primeiro encontro naquele jardim.  Guardo tão bem a cor da tua roupa  o brilho do teu olhar que se  misturava com a luz do luar . Naquela noite estava tão linda propícia para o nosso primeiro encontro desde este dia apostei e não consegui te deixar parecia meu sexto sentido via um conto de fadas  ali começava uma novela ou um filme de amor não me cansava de te abraçar. 
Desde o primeiro momento me sentia atraída.  Sei lá!  Parecia estar apaixonada pelo teu jeito simples de ser. Parecia um encontro de almas.
Ao longo desta nossa caminhada  muitas coisas foram vivenciadas. Passaram-se tantos fatos que nos marcaram e muitas superações: coisas de casais! 
Quero aqui nesta carta deixar registrado o que sinto por ti.  Assim resolvi, pois palavras soltas ficam ao vento. E também já faz tanto tempo que não te falo dos meus sentimentos. Talvez por este teu jeito de ser ou por não me ceder um pouco do teu tempo quem sabe às vezes te acho um pouco Ogro  totalmente razão, mas tem um bom coração (eu sei! Diferente de mim). 
Ah  sou cem por cento sentimentos, pois sensibilidade muito aflorada, mas mesmo assim já faz tempo que não falo que te amo, pois está escondido o que sinto por ti, mas guardo comigo as nossas juras. 
Até podes me achar boba por pensar assim, mas  um dia irei partir e não saberás, mais de mim. Podes até me guardar nas tuas lembranças, pois essas nunca se apagam da memória. 
E quero que tu me entendas que se não fui tão legal em alguns momentos e que a culpada foi a minha sensibilidade  feminina e gritante que falava, mais alto.
E que não era brincadeira, pois o amor é cego às vezes e teimoso insistente. 
ele grita, chora. Implora, ama. Ah, este amor!
mesmo louca muitas vezes te amo loucamente mesmo não sendo mais aquela jovem e sabe que até te entendo desse teu jeito de ser que mesmo não falado pra mim deste amor  escondido  te entendo, pois o amor não se mede, não se enxerga. Ele está guardado num lugar secreto e cada um sabe de si e destes sentimentos mas te falo com todas as letras:
Não sinto nenhuma vergonha de dizer o tamanho deste amor que sinto por ti.
O meu muito obrigada por existir, por somar, por estar presente nos meus dias e na minha vida, por conviver por tantos anos e sem desistir de mim. 
Sei do teu cuidado que não é pouco. Cuidas dos meus medicamentos e que todas as manhãs antes de ir para o trabalho nunca te esquece de me dar um beijo e sabes tenho muita admiração por ti pelo homem íntegro, trabalhador, honesto e correto (essas as tuas melhores qualidades!). Agradeço por tudo o que me proporcionas: o teu carinho, o aconchego que mesmo não demonstrando os teus sentimentos (por ser pura razão), juntos encontramos o nosso chão.
Quero que me desculpes se por alguns momentos não soube te entender, pois também não sou de ferro.
Estarei sempre do teu lado em todos os momentos,   pois ao longo da nossa vida sempre me fiz presente. Te amo mais do que imaginas!





Exercício: caracterização de personagem.
Florianópolis, 02 de abril de 2017.

Cecília: uma mulher forte, bonita, de fibra e corajosa. Nasceu no dia vinte de junho de mil novecentos e quarenta e cinco, na barra da lagoa. Filha, mas velha de um casal que teve quatro filhos.
Seu pai: um homem franzino, mas muito trabalhador, era pescador.
Sua mãe era artesã: uma mulher muito disposta e bem humorada. Trabalhava em sua casa onde fazia lindo trabalho de renda com bilros, cuidava dos afazeres da casa e dos seus filhos e ainda das finanças, com os recebimentos de seu bonito trabalho manual.
Cresceu em uma família humilde e muito unida: dava gosto de ver! E além do mais, todos os membros dessa família tiveram uma boa educação. Todos
estavam sempre juntos. Eram religiosos: não faltavam sequer a uma missa, muito menos a uma quermesse. Aos domingos tinham compromisso de ir à igreja.
Cecília se destacou. Relacionava-se com muita facilidade, pois era muito sociável e gostava de gente. Tinha uma boa comunicação desde a sua adolescência, pois sempre conviveu com muitas pessoas. Acompanhava sua mãe que participava de projetos e muitas reuniões, nas exposições dos produtos de sua querida mãe. Esta lhe ensinou, desde criança, a fazer lindos trabalhos artesanais. Que bela herança!
Seus maiores valores: caráter, dignidade, boa índole para com ela e as pessoas. Ama a vida e se ama.
Aprendeu com sua mãe não só as técnicas da profissão, mas também ideias: a cultura da renda não deve acabar e as rendeiras devem ter direitos trabalhistas garantidos.
Cecília conquistou a subsistência da família, vivência, o espaço dela, o reconhecimento pelo trabalho, a autonomia e a liberdade. Sua contribuição para a comunidade: a preservação da renda de bilro. Foi líder comunitária e ajudou a construir a primeira sede de mulheres rendeiras.


Florianópolis, 27 de abril de 2017.
Curvelo,

Tudo bem com você? Espero que sim.
Hoje ao amanhecer (nem sei o porquê),pensei muito em você .Lembrei dos nossos tempos escolares.
Era terrível (me desculpa, mas sou sincera).
Espero que tenha mudado, agora que tem mais idade (não quero dizer que está velho!). Digo que está maduro!
Tomara que tenha acordado para realidade da vida.
Não quero que me interprete mal, pois não falo da sua vida atual, apenas lembro de alguns episódios, algumas atitudes rudes suas na infância.
Sabe me lembro tão bem daquele último dia de aula no recreio, quando você jogou o copo de merenda no rosto da nossa amiga de classe a Alice, foi uma cena muito forte que me marcou profundamente.
Muita coisa mudou, o tempo passou. Estamos noutra fase da nossa vida
Espero que não se aborreça por relembrar um pouco da nossa infância, naquele grupo escolar.
Amigo, vou lhe fazer um convite: que tal a gente marcar um encontro, bater um bom papo, quem sabe fazer um lanche ou tomar um café? Pois precisamos nos rever, agora como bons amigos, pois somos adultos.
Não costumo guardar mágoas e nem rancor. Caso encerrado, pois quero muito te dar um grande abraço, meu amigo Curvelo.
Desta que lhe considera ainda,
Simone.

Bom dia, Simone,
Estou desde ontem à noite lendo aqui no Google sobre o mito de Lilith. Sabe, é muito profundo tudo.
Mas sabe o que acho? Que ainda hoje a mulher paga um preço por cometer este tal pecado. A mulher parece que é culpada sempre por tudo, que não pode nada e o homem pode tudo.
Quando uma mulher trai o marido e sai de um casamento é tachada de tudo, até de prostituta como se fosse suja. Mas o homem pode tudo, faz de tudo. O ditado diz: "sacode as calças e vai embora".
No trabalho, a mulher pode ter mil diplomas conhecimentos mil, mas não adianta! O homem é quem manda e comanda. 
Ainda bem que tem as intuitivas, as sacerdotisas e muitas “Simones” espalhadas por aí. Mas temos que reverter e rever muitos conceitos ainda. 
Embora muita coisa já tenha mudado nas nossas vidas, precisamos ainda ter muitas lutas de consciência e de conscientização. Precisamos ser respeitadas e ter direitos. Reivindicar não é um pretexto nem um defeito. Exigimos direitos iguais e fim do preconceito. As mulheres não aceitarão voltar a ser mais submissas. Elas decidirão pra onde vão, pois o lugar da mulher é aonde ela quiser.
Onde se viu a mulher numa sociedade sem leis trabalhistas conseguir desempenhar os papéis de mãe estudante e trabalhadora? Onde não lhe é garantido licença maternidade, jornada justa de trabalho e salário digno?
A próxima sexta feira, dia 28/4/2017, será um dia histórico no calendário das trabalhadoras e dos trabalhadores. Pois é através das resistências que conseguiremos garantir e ampliar nossos direitos. Somos fortes, somos brasileiras (os ).
Temer jamais!

Boa noite. Desculpe-me por me estender, abraços mil,
da sua colega de oficina, Rosália.

(Carta inspirada em trecho de Conto de Escola, de Machado de Assis).
Florianópolis, 06 de abril de 2017.
Caro neto,

Como você sabe, gosto de relembrar o passado. Hoje acordei lembrando da minha escola primária. Era na rua Alves de Brito, num casarão de paredes pintadas com tinta a óleo de cor amarelo. As portas e as janelas eram pintadas de verde. Na frente do grupo escolar tinha uma frondosa árvore de jaca. Do lado próximo ao corredor, tinha uma gruta com a imagem da nossa senhora das Graças.
O ano era mil novecentos e sessenta. Naquele dia ‒ uma segunda feira do mês de maio ‒ deixei-me estar alguns instantes na Rua José Boiteux a ver onde iria brincar a manhã. Hesitava entre o alto da Caeira e o Saco dos Limões que à época tinha muitos jardins, era um lugar bonito onde as flores e árvores se espalhavam.
Morro ou campo?Tal era o problema. De repente, disse comigo: melhor era ir à escola. Aqui vai a razão.

Na semana anterior faltei na escola e descoberto o caso recebi o pagamento em forma de castigo das mãos do meu pai que usou uma cinta. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Pois era um velho mentecapto, sem juízo e estúpido. Assim eu julgava.
(A continuar)


Proposta personalizada recebida na oficina de 30/3/2017: escrever carta datada de 30/9/1989, tendo por emissora a personagem Simone (brasileira, 39 anos) e por destinatária a amiga de infância Tamara.

Carta de Simone para a amiga Tamara.
Florianópolis 30/9/1989.

Cara amiga Tamara, venho por meio desta saber como você está. Espero que esteja com a mais perfeita saúde. Hoje acordei muito saudosa. Lembrei-me dos nossos bons tempos e vividos, você foi e será uma grande amiga. 
Guardo na lembrança nossas brincadeiras na calçada em frente de casa: no fim de tarde brincávamos de peteca e você era fera não perdia uma partida. 
Lembra-se de quando fomos estudar no mesmo grupo escolar? Entramos em 1957 e recebemos o diploma em 1960.
A professora sempre mandava um bilhete para casa, pois falávamos a aula inteira. Parecíamos grudes, e não tinha igual. Era uma amizade que dava gosto de se ver: ímpar, invejável.
Recordo quando me falava que um dia iria ser uma grande jogadora de vôlei e eu sempre a incentivava. Muito legal!  Realizou o seu grande sonho, mesmo sendo difícil, pois desde jovem tinha um projeto de vida. Fiquei muito feliz quando na sua primeira partida, seu time ficou em primeiro lugar, foi um sucesso essa escolha de jogadora. E a nossa amizade cada vez mais se fortalecia.
Amiga, lembro tão bem do seu primeiro amor o João, o filho mais moço do seu Joaquim, que era dono de uma quitanda, no bairro onde morávamos. Pois eram vizinhos de porta, nos idos de 1965.
Foi muito bacana participar de todos os momentos da sua vida. Namoraram noivaram e afinal o grande dia o seu casório ainda  guardo o seu convite um pouco amarelado pelo tempo .
Sabe, a frase que guardo na minha tela mental, naquele dia foi quando o padre olha nos olhos dos noivos e pergunta:
‒ Simone, você aceita o João como o seu legítimo esposo?
E você deu um sorriso meio tímido e apressadamente falou:
‒ Sim! ‒ parecia este sim não ter fim.
Depois veio a pergunta comprometedora para o noivo:
‒ João, você aceita a Simone como sua legítima esposa, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?
Então o João me parecia tão nervoso que arregalou os olhos e meio trêmulo falou:
‒ Sim! Seu padre, eu aceito opiniões.
E todos os seus amigos os mais íntimos e ousados deram boas gargalhadas.
Um ano depois de seu casamento: 1974, ano em que veio o seu primeiro filho: o Jorge. Naquela época era costume colocar o nome do pai ou a primeira letra do nome. Foi então que optou pela primeira letra do nome.
Amiga, foi muito dolorosa a morte do seu querido pai o Seu Valdomiro, um homem correto, simples, mas muito dedicado à família. 
Lembro-me do teu primeiro contato aqui no mundo virtual, precisavas te comunicar com uma prima. Foi então que nos comunicamos várias vezes via Face.
Embora não seja tão boa pra datas jamais me esqueço daquela data: 13/5/1983. No dia em que sua mãe faleceu fiquei muito abalada, e pude somar contigo aquele momento de dor. Pois sua mãe, para mim, foi como uma mãe.
Quando eu passava as tardes na sua casa, sua mãe me recebia tão bem, era uma mulher bondosa, dedicada e muito amável, todos sentiram muito. Lembro-me de que ela fazia enxoval para os recém-nascidos, pois participava de um grupo de senhoras em uma igreja do bairro em que residiu por tantos anos.
Amiga, tomo a liberdade de entrar num tema um pouco complicado, pois te conhecendo não sei como vai reagir.
Espero convencer, pois é muito importante para o atual momento que vivemos. Está um pouco distante de mim, pois mora em outra cidade. Sei que o seu irmão ‒ o Olavo ‒ é cabo eleitoral de um candidato, chamado Senhor Collor de Mello. Eu não me engano, minha intuição não falha. Esse candidato me cheira mal, é mentiroso, faz parte de uma corja de maus políticos. Todos uns covardes!
Chega, amiga, você é uma mulher inteligente, vamos nos unir com o povo. Precisamos ficar, mas atentos, tudo é feito por de trás dos panos, na calada da noite, muita trairagem, chega de mendigagem, o nosso País e belo, é grande, é rico, só quero que você entenda que estamos à mercê de muita politicagem. Os políticos só faltam vender o nosso Brasil. Estão terceirizando tudo. E nós (o povo coitado) como uns bobos da corte para quem falta tudo: educação segurança... Estamos trancados nas nossas casas de mãos atadas. A saúde pedindo socorro. Uma tragédia! 
O nosso país precisa sair deste caos infernal. Precisamos de projetos sociais e de melhor distribuição de renda.
Amiga, imploro: bota a mão na consciência e por favor não vote neste  tal de Collor de Mello: uma continuação de quinhentos anos.
Chega de baixaria, precisamos de mais gritaria! O Collor vai meter a mão no bolso do povo. Será um rombo, um tombo, um retrocesso. Um gatuno assumirá o governo do país e o povo estará na praça pra ver a banda passar. Como uns bobos!
Não sou flamenguista, mas adoro o vermelho, por isso vou à luta, quero ver um Brasil bem igual, chega de desiguais. O Brasil não pode temer. Chega... Temer será um erro de percurso. Collor não tem jeito com suas teimas, é pior do que raposa atrás das moitas. 
Amiga Tamara, pense, olhe bem, reflita com carinho, não jogue o seu voto no lixo. Abraços carinhosos e respeitosos desta amiga,
Simone.

CARTA DE APRESENTAÇÃO
Florianópolis, 16 de março de 2017.
Minha cara professora da oficina literária do NETI,

Venho por meio desta enviar os meus dados do relógio de memórias. 
Nasci num dia muito frio e chuvoso, no mês de agosto de mil novecentos e cinquenta e três. Meu pai me falava que este mês era chamado de “mata cavalo”, de tão frio. Nada esquentava.
Cheguei ao mundo através das mãos abençoadas de uma parteira, pois nesta época todas as mulheres: minha mãe, tias, avós optavam por este tipo de procedimento, pois acreditavam ser mais natural.
Nasci num ambiente muito simples e humilde, numa casa de madeira bem no alto do morro.
Sou a filha do meio. Morei por muitos anos em Florianópolis e muito aprendi. Do que me orgulho, pois trago pra vida bons princípios e amor ao meu próximo. 
Não me recordo do dia e do mês da minha primeira ida para a escola, mas o ano foi mil novecentos e sessenta. Meu o horário era matutino. Era uma menina franzina e muito tímida. Fui uniformizada: blusa branca, saia com pregas azul marinho, meias três quartos e sapatos pretos. Foi a melhor roupa que usei no Grupo Escolar Silveira de Souza, na Rua Alves de Brito, em Florianópolis.
A professora se chamava Carmonzina. Era uma pessoa boa, mas muito ranzinza. Minha irmã mais velha é quem me levava, pois estudava neste colégio também. Lembro-me de que demorei a me acostumar. Tive muitas dificuldades em me relacionar e fazer amizades. Sentia muita falta da minha casa e da minha mãe. Chorava todos os dias. No final da aula me sentia muito aliviada, pois queria ir logo para casa para ajudar nos afazeres.
Meu primeiro trabalho foi em mil novecentos e setenta e seis na fábrica da Coca Cola, no bairro José Mendes, em Florianópolis. Nessa fábrica, cuidava de um visor onde tinha esteiras e passavam todas as garrafas de vidro. Era um trabalho bem perigoso, pois não tinha proteção nenhuma e estourava muita garrafa com a bebida. Era muita exploração. No fim do dia tínhamos que fazer toda a limpeza da fábrica e dos maquinários. 
Foi com esse trabalho nada fácil que aprendi muito e fiz grandes amizades. Acordava às quatro horas da manhã e chegava em casa às cinco horas da tarde. Era exaustivo. Não podia correr da arraia, precisava me vestir e ajudar em casa, me lembro de que quando trabalhava aos domingos sempre ganhava uma caixa de refrigerante e feliz levava para os meus irmãos.
Primeiro amor foi verdadeiro. Não foi platônico. Conheci num carnaval, no dia onze de fevereiro de mil novecentos e setenta e cinco, no centro de Florianópolis, na praça Quinze de Novembro. Meu pai, meus tios e avó eram pessoas muito conhecidas na cidade e fizeram os primeiros carros de Mutações e Alegorias: nome da sociedade Granadeiros da Ilha na qual saí nos carros dos meus dez anos de idade até os vinte e dois anos.
Conheci-o com essa idade. Ele estava com um amigo que era meu vizinho. Muito rápido marcamos um encontro que aconteceu na semana depois do carnaval. O encontro foi num jardim que fica localizado próximo à Avenida 
Trompovisk, no centro de Floripa. Lembro-me desse encontro como se fosse hoje! Casamos, tivemos três filhos e dois netos. Mais um está a caminho.  
Naquele tempo, meu pai era tão rígido que não deixava a gente ter muitos namorados e assim casei com o primeiro que conheci e formei uma linda família que amo muito.
Votei pela primeira vez para presidente do Brasil não me lembro ao certo do dia. Mas foi no segundo domingo de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e nove, na cidade de Florianópolis, na Avenida Mauro Ramos, na escola técnica: hoje IFSC. Meu voto foi para o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva e votei bem consciente, pois sabia o que fazia e queria um país bem melhor.
Numa noite linda e estrelada de verão, no mês de janeiro, dia dezenove de mil novecentos e setenta e nove, eu estava grávida de três meses, quando na escada que descia para ir comprar um sorvete, fui picada por um bicho peçonhento: uma cobra jararaca!
Meu filho se mexia dentro do meu ventre. Pedi socorro e fiquei internada. Meus pais estavam em casa e todos enfermos.
O pai então fez uma promessa:
‒ Se viesse um menino teria nome de santo: São Sebastião.
Meu filho é agora um homem feito. Chama-se Sebastião e até hoje venera o santo homônimo. Todos os anos sempre acompanha a procissão e se entrega com amor e devoção. Não perde uma missa na igreja que tem o mesmo nome e fica próxima ao hospital e à beira mar. A fé que ele sente pelo santo é muito ardente. E quando vai a procissão se entrega com amor e devoção, Quando não está bem clama de joelhos pelo nome do seu santo. E assim fala:
‒ Oh! Meu São Sebastião me dá forças, coragem pra seguir os meus dias e caminhos!
Sempre me fala:
‒ Mãe, este santo me salvou. Salvou eu e salvou tu!
No momento, toca a sua vida, é casado e pai muito prestimoso e zeloso. Cuida muito bem de seus dois filhos. Nasceu e se criou nesta bela ilha da magia, que se chama Florianópolis. Seu sonho desde criança era servir o exército, mas não seguiu carreira.
Irmão mais velho de duas moças, pois é muito trabalhador desde muito jovem. Ama muito a sua profissão, pois dela tira o seu sustento. Cuida tão bem dos seus equipamentos de trabalho.
É responsável no meio de tantos perigos em que tudo requer muita atenção. Tem bom coração. Gosta de ajudar as pessoas e principalmente os seus amigos que mais precisam de um alento e apertos de mãos.
Seu bem maior é olhar para cada irmão de caminho, pois assim eu ensinei. É um filho educado, tem senso e amor para com os seus. É muito humano.
Seu time do coração é o Avaí. No dia do jogo sai por aí igual louco a gritar e a fazer muita festa. É tamanha a sua euforia!
Sempre o apoiei quando ele saía para as festas e para o seu trabalho. Sebastião também tem poderes e sabe como ninguém cumprir os seus deveres, pois faz valer o seu nome que é tão forte e que ganhou quando ainda estava no meu ventre.
Segundo o que minha filha conseguiu lembrar, o falecimento do meu pai foi em mil novecentos e noventa e nove. Não me lembrava do ano exato pois foi morar com outra pessoa e formou outra família. Tudo estava numa maravilha até então ele não ficar doente. Mas quando sua saúde ficou comprometida ele precisou ficar internado e a outra desistiu dele e ficou com o seu gordo salário.
Na hora do seu desencarne, foi muito complicado e muito dolorido, houve muita confusão entre as famílias. A tal mulher nem sequer apareceu, pois já tinha outro. Foi uma experiência que jamais quero reviver.
Me lembro que tinha levado o meu um evangelho espírita e li uma página e pedi a Deus e aos bons espíritos que todos se acalmassem e deixassem ele partir para a vida verdadeira assim que consegui reunir todos ao redor da cama ele deu um suspiro e partiu me lembro de toda a cena.
Observação meu pai faleceu no hospital universitário foi funcionário por muitos anos da universidade federal de Santa Catarina era impressor trabalhava numa máquina off set. Minha mãe faleceu no dia onze de fevereiro de mil novecentos e noventa e seis na madrugada de uma quarta feira no hospital Nereu Ramos em Florianópolis, recebi a notícia através de uma vizinha eram exatamente três horas da manhã quando bateu na minha porta para me dá está triste notícia foi muito forte me senti sem chão neste momento não conseguia chorar fiquei engasgada 
Faltaram lágrimas. Olhei para o céu, estava muito estrelado abri meus braços e falei:
‒ Deus, me daí forças!                                                                                                                               
Só Ele poderia me ajudar e me segurar. Então minha avó morava com minha mãe. Afinal todos nós morávamos muito perto uns dos outros, mas o mais difícil que foi eu tinha que avisar pra minha avó e pegar a roupa pra vestir a minha mãe. Foi muita dor. Minha mãe tinha me falado que assim que saísse do hospital iria passear com aquela roupa .
Guardo muita tristeza comigo e até pedi perdão pra ela pois não tive a coragem de vestir a minha mãe e nem consegui ver ela neste momento.
Mas a alguns dias antes do ocorrido eu tinha tido um sonho e vi ela num velório e do jeito que eu vi no sonho vi no real.
Mas foi muito difícil pra mim ficar sem a minha mãe que tanto amei e sei o quanto ela me amou e sinto tanta vontade de gritar bem alto, como criança, a palavra que não chamo a anos: 
‒Mãeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
Mudei de Florianópolis no dia vinte de setembro de mil novecentos e noventa e sete. Hoje resido em São José, num bairro de que gosto, mas estou na maior parte do tempo em Floripa com a qual eu me identifico muito, pois é a cidade onde nasci, me criei e casei. Minha mudança foi uma grande oportunidade, pois já não conseguia subir mais o morro onde morei, mas lá deixei irmãos e alguns vizinhos e jamais me esquecerei e nem posso das minhas raízes.
Sempre assumi responsabilidades, pois sempre ajudei minha mãe a criar quatro irmãos. Nunca tive tempo pra mim. Maturidade pra mim foi quando aprendi a me olhar, a me amar e me escolher, procurando saber o melhor pra mim e para o meu viver. O que falta muito ainda!
Conectei-me com o mundo virtual em dois mil e dez: meu filho ganhou de um amigo um tablete. Comecei a mexer nele, foi aí que pedi a filha que me ajudasse a fazer uma página, então ela fez um Facebook no qual me socializei com as pessoas, lá encontrei amigos que não via há muitos anos. 
Além do mais, no mundo em que vivemos precisamos ter contato com este universo de informações tão rápidas. Conversamos com o mundo! Jamais imaginei que fosse precisar disso e, no entanto, hoje isso é um bem necessário, quando é bem usado. 
Prestes a terminar de escrever o texto do relógio de memórias para o blog Netiativo, sinto que gostei bastante. Aqui escrevi tudo que vivi. No começo fiquei meio confusa, pois minha mente abriu de uma tal forma que parecia um filme que desenrolava na medida que escrevia. Vivi cada momento, cada emoção e cada sentimento. A cada palavra e situação que surgia meus olhos lacrimejavam numa mistura de alegrias, tristezas, revolta. Menos raiva. Nem mágoas.
Sabe, mesmo com tantas dificuldades pelas quais passei não desisto nunca de mim, da vida e das pessoas. Cada um de nós tem uma história (triste ou não) que está latente em  nós e não tem como mudar . Foi no livro da nossa vida que fizemos a nossa história. Graças a Deus sou uma pessoa do bem, tenho fé, acredito ainda muito em mim e na vida.
Foi muito bom ter relembrado tudo que fiz por meio dessa estratégia do relógio da memória. Bom demais! Obrigada. Sou muito grata mesmo por tudo. É por isso que me identifiquei com a oficina literária. Era tudo o que sempre quis. Gosto muito de ir à aula. Pra mim a quinta-feira é uma festa. É assim que vejo. Gosto de todos e principalmente de você.
O bom foi que este tipo de exercício faz a gente voltar ao tempo, e queira ou não é dele que chegamos até aqui. Não podemos esquecer jamais da nossa trajetória de vida, quer seja triste ou alegre, sofridas e doloridas talvez.  Estava escrito e tinha que ser deste jeito, pois só damos valor pra vida através de obstáculos para o nosso aprendizado.
Sou grata por tudo, pois acordar a cada dia é uma dádiva. Olhar este lindo dia também. Eu me amo muito apesar dos pesares.
Uma boa tarde, que Deus ilumine seus caminhos e caminhadas! Abraços mil. Um ótimo fim de semana.

Marlene.

Quem canta
                                                                                                     
Créditos Marlene Nobre
Um bom dia
Uma toalha posta
Uma mesa composta
Uma xícara com pires
Um café bem quentinho
O pão nosso de cada dia
Nem precisa de queijo, só de manteiga

O bom cantador não reclama
Canta e encanta
Olha o cantar dos pássaros:
São felizes e encantam

O sabiá não esnoba canta
Por isso eu quero ver minha alma
Bem formosa não precisa ser charmosa

E quem conhece o amor
Não é mesquinha, nem orgulhosa
Nem calhorda e nem precisa chorar
E pra quê se lamentar?

É só cantar pra se animar
Precisamos nos olhar nos orientar
Pra quê se confrontar
O mundo está a nos esperar

Vamos cantar pra aliviar
Os nossos dias, pois quem canta
‒ Seus males espanta.                                                                                    
           
Não custa sonhar

Nada é tão bom quanto
A paz de espírito
Um encontro com os amigos
Um acerto de contas com o coração
Crédito Marlene Nobre

Um olhar no horizonte
Ter a maior convicção
De dias bem melhores

E ver o sol brilhando
Também na nossa direção

De falar sempre a mais pura verdade
Pois mentiras não nos convém

Ver crianças brincando e todas felizes
Pois precisamos ver um mundo
Mais lindo menos guerras mais flores
Nos jardins e todas coloridas e floridas

O mundo precisa de mais gente otimista e do bem
E de um País de iguais
‒ Chega de desiguais ‒
Mesmo sendo diferentes, mas que possamos
Saber respeitar e ser respeitados
Marlene Nobre

Não queremos um mundo como o da Alice
(Este só em sonhos!)

Mas que começamos por cada um de nós
Mesmo que seja difícil a prática do bem
O povo espera pra agora
Pois somos irmãos; não de sangue
Mas de oração e coração
Somos Brasileiros temos fé e acreditamos
Num mundo de paz
É só querer e acreditar sem tremor
E sem Temer

Colo de mãe

Preciso de um colo igual de mãe
Não existe amor maior
Mais confortante que o de mãe
Esse não nos engana
Igual sorriso de alma
Que nos faz tão bem
E nos acalma
E não tem pra ninguém
Que agora só me resta saudades eternas

Oba... Vou...

Oba... vou fazer uma festa
Vou... Enfeitar os meus dias
Aquecer minha escrita
Com esses belos textos poéticos
Em forma de poesias

Almejo ser uma grande poetisa
Sou uma pedra bruta que precisa
Ser lapidada de conhecimentos
Mais profundos para fazer boas
Escritas.

A festa da bicharada

O padre reza a missa
O galo anunciava o dia
Alto Relevo. Marlene Nobre.
O cachorro latia
O carteiro batia palma
Pulou a cerca e rasgou a calça

O café esfriava
O leite fervia
O guarda apitava
O menino berrava
A mamadeira caía

 O gato pulava lambia o mingau
O cavalo relinchava
A criança chorava
Ninguém se entendia

A vaca babava
O papagaio falava
O leiteiro caiu arrebentou
O suspensório a calça caiu
Foi um alvoroço

A velha escorregou na casca
E quebrou a perna
Chamaram o doutor 
A velha gemia de dor 
A criança chorava
O cachorro latia
o papagaio falava

O gato miava
O porco roncava
A velha gemia em cima da escada
A galinha cacarejava
o galo cantava
A criança chorava de fome

O macaco pulava
O leite fervia
O gato miava
A criança gritava
A velha gemia
Ninguém se entendia
Que alvoroço!

O porco roncava
A criança mamava
A galinha ciscava
O pato cantava
A velha em cima da escada
A criança chorava
O macaco pulava
O cachorro latia,
O gato miava,
O leite fervia,
O café esfriava...

Amanheceu o dia e todos gritavam
Ninguém se entendia, que confusão!
Eita festa boa! Só na gritaria!

03/01/17

Santo é o teu nome
Benditos sejam os teus dias
Sagrado seja o teu pão
Abençoado seja o teu coração

Dedicado sejas na tua oração
Cuidados com a tua saúde
Protegido sejas do perigo
Que encontres nas ciladas indesejadas
Esperteza neste instante

Pois tu és filho de Deus
Iluminado seja os teus c caminhos
Somos únicos e todos filhos
De um só o pai
Que assim seja.


Réveillon

Fui ao hospital assim que virou o ano
Meu coração reclamou queria amor
Não me cuidei exagerei na dose
Tomei sol me esquentei me infernizei
Briguei, mas não tomei pinga.
Não é a minha praia,
Mas me esqueci.
Caí de boca nos salgados, na maionese e no chester
Estava tudo uma delícia.
Foi muito sal pra este corpo
Não dessalguei... Fiquei sem água.

Eu sei, é sério, sou hipertensa.
Eita pressão!
Fiquei a mil na minha cama
Fui no hospital: estava mal.
Mal enxergava. Veio o Dr, e eu ali
Sem me mexer.
Logo me perguntou:
Qual o seu nome seu endereço?
E o seu peso?

Eu bem acabada ... Queria mesmo era
Ficar boa deste problema
Não queria sentir nenhum sintoma
Muito menos saber do meu peso
Que não é pouco, me sentia uma baleia

Eu mal falava, estava mal
Foi quando ele me medicou com soro na veia
Neste momento, fiquei um pouco melhor, menos mal

Ele olhou pra mim e falou:
‒ Pode ir embora, você está um pouco descompensada.
Me embananei e sem entender
Voltei pra casa fiquei confusa e sem entender...
Quis saber o que ele tinha me falado...
Agora estou bem
Descansando e procurando compensar
O que ficou descompensado
Será que foi mesmo a falta de amor?
Ou quem sabe eu tenho amor demais
Neste meu bobo coração.
Que nunca me entende?!

23/12/16
Não somos de ferro                               
Pra carregar peso
Que seja leve
         e suave
A vida agradece
         e merece 


Uma conversa com Jesus
                                
Jesus olhe por mim.
Pisei meus pés em cima de espinhos. 
Eu sei foi muito pouco perante os teus: cravados na testa parece me sinto cansada e não compreendida com as minhas provas... eu sei... são pequenas, mas não sei como fazer; perdi o meu rumo e a minha direção. Sei o que vai me falar, mas te falo: eu sempre oro, me envolvo nas preces não sei o que acontece, parece falo só dá boca pra fora, não sinto sair do coração.
Falo-te: eu tenho fé, eu acredito em Deus. E em ti.
Pois quando me vejo, já estou chorando, as minhas lágrimas na face rolando, e eu não compreendo porque isto está acontecendo comigo. Sinto uma tristeza profunda que se mistura comigo e com as minhas lágrimas. Sinto-me sem forças pra dar mais um passo só tu como um bom irmão podes me ajudar e me amparar, por favor, eu preciso seguir não me deixa cair eu preciso muito de ti.
Eu preciso me cuidar, estou saindo dos trilhos, deste jeito não dá, porque eu não ouso olhar de frente pro espelho... Deixar refletir minha alma. Ela está a me perguntar:
‒ Hei eu estou sempre contigo, acorda deste sonho! Cuida-te não podes perder o amor que está em ti e sempre sentisse por ti. E a tua autoestima como é que fica? Sempre fostes feliz. Cadê a tua criança? Não deixa ela escondida! Ela te pede pra brincar... Vocês sempre brincaram juntas. Pulavam dançavam corriam...  Não deixa morrer. 
Jesus sempre disse: “vinde a mim os aflitos, os cansados e confusos. Eu vos abraçarei.
E quem falou que viver e fácil?
Minha irmã, cada um tem o que precisa e merece. Então vai viver a vida sem queixas. Esta que meu Pai te presenteou, não esquece, é uma dádiva.
É só o começo. Não reclama. Viva. Olha para os lados. Nem sabes ainda o que te aguarda: faça dívida. E segue a fazer tudo o que a vida te oferece...
A viver a vida... e ajuda um irmão de caminho e caminhada.

Água é vida

É energização, é cura.
Líquido precioso
Nascemos envoltos n’ água
Líquido precioso tão mal aproveitado pelos muitos desperdícios
A água que eu bebo me limpa me lava meu corpo
E me deixa mais pura e leve
Purifica minh’ alma
O homem precisa ser mais consciente
Com tantos desmatamentos que
Prejudicam o solo as nascentes
Os rios
Os riachos
E as cachoeiras...
Água liquido abençoado
E sagrado
A água que corre nos rios
Que nasce nas fontes
E salta nas cachoeiras
Água que o planeta tanto precisa
Água chamada vida.

17/11/16

Sou vida ar que respiro amor
Sonhos que um dia vão florescer
Colorindo o espaço com as cores do
Arco-íris

O elo entre mim e meu semelhante
Sentimentos fraternos na alameda
O endereço da poesia

Música! Muita música
O arrebatamento de novos encontros
Música, maestro!
Mesmo no ar que respiro, que transpiro
Amor! Como é difícil amar o que não se vê: o ar 

Então...  
Não sou corpo nem mente, sou só
O ar ...
O endereço desta poesia está na esquina onde se encontram
Ginástica com a música, numa visão clara: o amor.


Ar, ares

Bons ares
Bons Mares
E olhares

As flores que plantei
Que colhi, que te dei
Que reguei no jardim
Quando olhei
Bem te vi

Quero-quero
Pintassilgo
Andorinhas
E rolinhas

Dentro daquela gaiola
Com asas cortadas
‒ Sem vooooooooar...

Vida

Ar que eu respiro, que transpiro amor
A dor não é mais forte que o amor.
Amor que te revigora, que te impulsiona.
Que te faz acreditar na força e na fé.
Na sobrevivência do teu ser: existencial.
Amor sincero, verdadeiro. Amor puro.
Comedido, comprometido, contigo
Com a vida, este te faz acreditar,
Na vida nesta vivida, e que te faz enxergar que mais és vida.
És querer, és saber, entender.
Qual tua vinda para a vida.
Tua beleza infinita lembra as flores
Que enfeitam o vaso. Se faz vida, é vida.
Tu és luz, és cor, és ar
És vida nesta vida
Uma mistura de Amor com a vida:
Vida.

Paciência

Engraçado! Hein?!
Que nada!
Minha paciência cansou :
Cansou de esperar
Cansou de suportar
Cansou de estar cansada

Não quero mais assim
Preciso ser ouvida
Não quero ser comovida
De coisas que eu, não quero.

Eu quero respirar
‒ Ar.
Calmamente.
Eu quero ser entendida.

A minha paciência cansou de mim

Sentir

Sentei na grama que me convidava.
O dia estava de paz
Fiquei a observar com cautela.
As pessoas, as crianças
Suavemente respirei puro ar
Tudo ao meu redor exalava amor,
Perfume de flor.
Tudo sublime, delicadeza, suavidade
Vi o sol a passear por entre as árvores
Me pareciam sorrir
A brisa soprava no meu rosto. Por um instante fiquei extasiada.
Os pássaros, em coro, entoavam seu canto. Me parecia alegria
Tudo combinava em harmonia
Naquele dia, eu sentia muito prazer
Em contato direto com a natureza
Eu sentia muita emoção.

Que dia!

Florianópolis, 06/11/2016
Coisas da Alma

Não sou boba
Sou tristonha
Guardo no meu peito mágoas,
Sofridas, doídas e tristes
Marcam-me profundamente.
O amor!
Guardado no peito eu tenho
Essas marcas marcadas
E marcantes, que trago comigo
São como feridas fétidas
Que maltratam e doem, muito
Não cicatrizam. É como machado
Que corta aquela bonita árvore
Eu sei. Tudo tem um fim
Nem que seja com a morte
E junto comigo vou levar
Marcas impressas
Pela vida ingrata
Que não me poupou da dor
Das amarguras
Só Deus sabe o que sofri
Naquele dia por ti,
Tudo está guardado
Nas lembranças

Que eu vivi.                                                       

Amor de coração
Amor de alma
Amor de coração
Amor puro ...
Seguem juntos, buscam verdades
Na mesma intenção e direção
Só os sensíveis de alma.
Rebuscam carinhos, Amor
Paz e atenção!
Amor bem vivido, de vidas passadas
Que nesta
Um encontro ou reencontro
De almas felizes, bonitas
Parecem almas gêmeas
Que nos caminhos, da vida.
Seguem, de mãos dadas
Amor infinito, mais que amor
Ligados pela alma, e coração
Isto é lindo, existe

Isto é Amor.


Florianópolis, 03/11/2016

Jesus semeou Amor
Pilatos foi traidor
Maria mãe de Jesus
São José foi cuidador

Na vida eu quero amor
Eu vivo e sou tão feliz
Quando criança gostava de histórias
Agora eu sou sonhadora

Abraços são como laços
Apertados e bem quentinhos
Eu amo e vivi o amor.


Meus Pecados

Nesta igrejinha singela
Tem imagens, tem quermesse
Aos domingos tem missa
Tem novenas, tem reza
Tem fiéis, e eu também
Com meu véu na minha face
E o rosário nas mãos
Me ajoelho.
Converso com Deus
É lá que eu faço promessas
E me sinto tão bem
Eu tiro os meus pecados
Me confesso
Só eu e o vigário
Rogamos por meus pecados
Eu quero, eu preciso alívio
Ah! Quantos pecados
Eu sei eu sou uma pecadora
Mais falo!
Não matei, nem roubei... 
Eu só traí o meu irmão
Eu falei mal, eu joguei pedra
Eu sei eu não podia
Meu pensamento é sujo
Fere ainda... Magoa...
Seu vigário, me ajuda
Eu preciso ter paz
Me tira esse pecado

Muito obrigado, meu Deus!
Ao vigário eu agradeço
Por ter me ajudado
A aliviar minha alma.


Sonho

Quando sonho
Me transporto
No tempo, eu viajo.
Numa entrega plena.
Me sinto feliz, vejo anjos
Arcanjos e querubim.
Vejo nuvens, em forma de algodão
Me sinto leve e solta
Viajei no espaço.
E voltei no meu tempo.
Hoje é tão meu. Minha fantasia
Nessa viagem ancestral.
Me realizei como um Ser
Encontrei-me, me entendi
Neste sonho só meu
Minha alma suspirou de paz
Quando me libertei deste corpo
De carne e pesado
Puro sonho

Com os anjos.

A vida imita a arte
Temos que valorizar
O sentido da vida

Que a morte não é o fim
Mais o recomeço
De uma nova vida

Coincidências ou não
O rio lhe trouxe a vida
Pura ficção da vida

A vida reserva surpresas
E um grande mistério
Nos aguarda, nos reserva
Vamos nos abraçar mais
Vamos nos dar as mãos

Abraços carinhosos
Apertados são gostosos
Abraços bem dados
São como laços

No fim do túnel
Acaba a luz


Que clareia
A água escorre do tonel

Nesta casa tem amor
Tem carinho e paz
Tem criança feliz
Que brinca na cama

Margaridas são brancas                                                    
Tenho saudades
Daquele jardim
Todas enfileiradas
As mais brandas

Luz que clareia
O caminho
Que andas
Vela que arde a chama

Um gosto de doce
Na boca sem sal
Vida sem amargos
Gulodices

Escuridão é importante
Depende como
Tu vês, a luz 
Por onde andas
Tudo faz parte

Menina bonita e querida
És uma flor
A mais linda
Braços que te embalei
Quando dormia

Quero que saibas
Que te amo
Quando te vi
Naquelas escadas

Tenho uma força
Dentro de mim
Quando te vejo
Sinto uma fortaleza

Maria mãe de Jesus
Saudades que sinto de ti
Naquela estrebaria
Em Jerusalém

Quem não sente
Falta de saudades
Cheinho de carinhos
Igual de mãe

Eu quero abraços
Mendigando atenção
Podem achar pobre
Mais quero amor

Quero te falar tudo
Que não consegui
Me comunicar me expressar
Tudo exige contato

Eu passeio meu olhar
Pela areia
Pelas plantas
Meu pensamento viaja no Céu
Corta o ar

Eu respiro amor
Vagueio tenho paz
Me transporto no teu olhar

Tenho Asas
Mais não voo
Eu viajo nos meus sonhos
Vejo flores sinto fogo
Em brasas


O gato subiu
Pelas paredes escorregou
Na mesa quebrou o vaso
E sumiu

Que dia lindo
Eu caminhei na rua
Avistei o céu de anil
Me sentei observei

As árvores
As flores perfumadas
Me pareciam felizes
Abanando as folhas
Verdes e viçosas

O sol refletia por entre elas
Vi gentes felizes
Muitas apressadas
Muitas pareciam confusas
Olhei pra capelinha
Estava de portas fechadas
Vi um fiel fazendo sinal
Da cruz
Os pássaros a cantar

Parecia agradecer o dia


Espero ter entendido
Mas tentei
Quando olhei
Todo aquele esperado

É só mudar
O teu pensar
Aonde andas
Com quem estás
É só olhar

Envelhecer
Menos a Alma
A criança que está dentro de nós
Jamais pode morrer
Aí não tem graça

Pressa que tira a calma
Que me incomoda
Que me atropela

Felicidade maior
Onde repouso meus sonhos
Sem nunca pensar
Em desistir

Não importa o que pensas
Eu sei, eu não perco as esperanças

Se na dor
Me aproximei de Deus
No Amor
Me entreguei de corpo

Observe os olhos:
Olhos falam
Quando olhados.

Escrevi com a alma
Pressa que me acelera
Que me tira a calma

O dia está calmo
O coração acelerado
Eu aqui te esperando

Me transportei
Minha alma se libertou
Deste emaranhado
Quando sonhei

O gato subiu na parede
Caiu da escada
Se enroscou no tapete

O cachorro latiu no portão.
O carteiro entregou a carta
O menino soltou o balão.

Florianópolis, 03/11/2016
Neste banho de espumas
Coloquei cheiro de rosas
Fiz bolinhas de sabão
Nestas águas perfumadas

O padre reza a missa
O sino toca dim dom
A noite é fria e escura
O coroinha na sua missão

Eu sem razão
Pra dizer adeus
Que amor ingrato o teu
Não deu chance
Que papelão

De um alguém que partiu
Ganhei um perfume
Fiquei triste 
Meu coração reagiu

Teus olhos
Me falaram
Tudo que eu quis
Te falar quando te olhei
Mais fiquei a olhar

Sinto uma dor tão sofrida
Que fere a alma me apunhala
Me agride uma mistura confusa
Que chora

A vida é como nuvem
Passageira e rápida
Que vagueia como sonho
Neste vai e vem

Luz que brilha o dia
Pedras preciosas
Enfeites de mulher

Um sonho sonhado
Estou fascinada
Com o nosso universo
Tem cores tem fitas
Tem laços e abraços
Tem festas e doces
Famílias e amigos
Que coisa querida
O mundo é lindo
A vida é a mais bela
Do nosso planeta
Eu amo a mim.
Eu amo a vida
Eu tenho amor

No meu coração.

Florianópolis, 02/11/2016
Quero resposta

Na calada da noite
Eu aqui.
Conversando comigo!
Me questionando
Querendo respostas.
O porquê, de tantos por quê?
Qual motivo, e eu sem saber.
Não tenho tempo, pra nada.
Minha cabeça confusa
Chegou madrugada.
Eu na penumbra do quarto
Sem saber mais, de mim.
O que faço comigo
e com tanto por que?
Já nem sei o que faço.
O sono não vem, eu sozinha comigo.
Nesta confusão mental.
Só eu, e comigo.
Não sei o que vou fazer
Nesta noite confusa, e me sinto tão só.
Aí paro e rezo, e pergunto pra Deus:
‒ O que faço comigo
e com tanto por que? Minha cabeça
Está muito cansada.
E eu sozinha comigo
E o sono? ‒ Não vem!


Florianópolis, 01/11/2016
Na minha rua

Na minha rua
Eu ando sozinha
Na minha rua
Tem gente bondosa
Na minha rua
Tem nome de santo
Na minha rua
Tem crianças
Que brincam
Na minha rua
Tem paz
Tem harmonia
Na minha rua
Tem boas vizinhas
Na minha rua
Tem reunião
Tem encontros
Tem novenas
Tem barraquinhas
Na minha rua
Tem gente bonita
Tem alegrias!

28/10/2016. Moradas

Não importa onde moras .
Se é casa
Ou choupana .
Palacete ou cabana

O que importa
É que moras
Num lugar
Todo seu

Não importa
Como seja.
O melhor mesmo
É que sejas feliz

Temos várias moradas
Aqui, de passagem...
Pois tem 
Muitos lugares...
Felizes ou não.


Hoje (21/10/2016)

Neste encontro
Tão importante
E tão desejado
Com o Núcleo
de Estudos da Terceira Idade
Estava tudo tão lindo
Pessoas felizes
Alegres
E sorrindo
Falamos de Amor
De cores e da vida
Muita harmonia
Muita paz e sintonia
Uma entrega ao ar livre
Falamos de nós
E de encontro com a Mãe Natureza
Ar puro, árvores sussurrando
Muita falação, poemas e versos
Alegrias, apertos de mãos
Abraços fraternos
Muito amor ao nosso redor
Que encontro gostoso
Foi puro amor
Muita dedicação e carinhos
De todos do grupo
Que encontro perfeito
Que pessoas bonitas de alma
Tudo isso faz parte do processo
Chamado Amor.

Florianópolis, 27/10/2016
Rever

Por que reclamar da vida, que é bela?!
Eu hoje acordei um pouco sofrida,
Carente, chorosa.
Não vi meus amigos, não fui para escola, não estou queixosa, senti falta.
É apenas meu relato, parei e pensei.
Como a vida é bela?!
Reclamamos por tão pouco, contudo, e com todos. 
O tempo é curto, a vida tem pressa.
Ainda insisto e digo de novo, por um instante, como um sopro...
Tudo passa, tudo acaba: nós, a vida.
Nada é pra sempre aqui.
A não ser em outros mundos.
Outras vidas, outros corpos, mais ainda, insisto e falo, aqui.
Como a vida é bela?!
Por que não aproveitamos os espaços,
o tempo, a vida – aqui e agora.
O amanhã pode ser tarde, e nem existir
Pra nos abraçar bem mais
E falar bem mais que nos amamos
Amamos muito a nós, ao outro, aos outros...
E que a vida é bela, muito bela!
– A vida, essa: de agora.

Vivências

Adquirimos conhecimentos, muitos.
Já passamos, por algumas
Fases e idades
Somos vividos.
E mais experientes; não velhos.
Ah! Velho?
É feio, é pejorativo.
Velho é um móvel, uma roupa surrada
Um calçado sem sola.
Precisamos sim respeito
Precisamos ser mais respeitados
Precisamos ser mais olhados
Olhado nos olhos
Somos seres
Temos vida
Somos vivos
Somos pensantes ainda
Cantamos, festamos,
Bailamos, brincamos
Ah! Amamos
Experiências de vida, temos
Não somos velhos
Estamos na melhor idade
E na boa, e de boa
E vivemos a vida
Como tem que ser vivida
De bem com a Vida
Que coisa boa
É a vida, a nossa vida.
Essa é a nossa
Melhor idade!

Nossas energias

Neste reencontro, me entreguei
Nas cores, fui envolvida
Senti um profundo alívio de calma,
de leveza, de paz, de harmonia.
Um momento meu e único
Com minhas mãos, levemente, passei
Por cada chacra, e cada um vibrava
Uma sensação jamais sentida,
Foram todos vitalizados.
Da mais pura energia
Minha aura reacendeu luz.
A mais pura do meu ser.
Que maravilha somos nós
Nosso universo íntimo, e muito importante, vital.
Cada um de nós deveria, poderia,
Cuidar-se com mais carinho e atenção.
E conectados com o alto, o mais alto
Para captação de energias
E com o nosso Eu, o mais sutil.
Somos energias, a mais pura
Deste universo
Nossa saúde depende de equilíbrio

Nós somos as nossas energias.

Vida

Numa entrega total
Fiz uma busca comigo
Me recolhi .
Num respirar lento e calmo, mergulhei
No meu Eu, me envolvi da mais
Pura emoção, guiada pelos meus sentidos, vi a importância da vida.
Mentalizei cada órgão,minha anatomia:
Que maravilha! Pura energia. Somos vida
Uma beleza profunda. Mentalmente vi
Cada órgão, e perfeitos,e todos saudáveis,tenho a certeza, a mais certa
Que Deus não poupou
Quando desenhou cada um de nós
Somos a perfeição, somos a criação.
Do divino
Eu sou a vida, tudo isso é vida.

Novembro/2016

Oi estou aqui!
Um toque
Um beijo
Um afago
Um cumprimento
De um bom dia, boa noite.
Oi tudo bem?
Como estás?
Vivemos juntos, e misturados.
Mais distantes, sem carinhos, sem afetos, parece ninguém, conhece ninguém,
Ninguém que saber de ninguém, e nem saber como está.
Precisamos mais de conversas.
De irmãos pra irmãos!
Amigos versos amigos!
Já imaginaram?
Que mundo poderemos fazer?
Não é invenção, nem ficção. É real.
Muita solidão, muita depressão.
Na multidão. Todo mundo é igual.
Cada um é mais um, e eu também, só um porém.
Eu sorrio, eu cumprimento, eu converso.
Ah! Eu me sinto tão bem, tão bem.
E não tem como!
Com tantas transformações.
A natureza pedindo socorro...
(por que não sermos um pouquinho melhor com os nossos irmãos de caminho?).
Vamos colocar nossas mãos, na consciência.
Pois a hora chegou.
Vamos ser mais humanos, menos mesquinhos...
Deixar de ser egoísta.
Não precisamos deixar o outro ir embora

Pra falarmos da sua importância.
Então vá e diga!
Eu te admiro, eu te quero bem.
Eu te amo te amo, te amo.
Hei, eu estou aqui?
Podes contar comigo?
Meu irmão, minha irmã,
Meus amigos (as),
De sangue, de coração, de caminhada.
Boa noite, bom dia, boa tarde...
Menos caras feias
Mais carisma
Mais carinhos, muito amor.

Florianópolis, 04 de outubro de 2016.
História da Alma

Quando me transportei
Eu viajei no tempo, no meu tempo
Vi cachoeiras, vi riachos, vi mato e me vi
Vi meu nascimento, me vi criança,
Nascendo, recebi luz, nasci
Quando cheguei aqui ,e me aceitei

Quando me transportei
Eu viajei no tempo
Vi cachoeiras, vi mato e me vi
Vi meu nascimento: me vi criança
Vi nuvens, vi sol alumiar
Vi luz clarear meu nascimento
E me vi tão bem, quando cheguei aqui
Me fiz luz, minh’ alma suspirou de paz.

Florianópolis, 29 de setembro de 2016.
Um viajante louco

Um viajante louco chegou de um lugar distante
Cheio de amor (resfolegante)
Para um encontro
Com a mulher do outro...

Evidente: o outro ficou raivoso
Perguntou para ela: “Meu bem, quem é?”
– Não sei. Me mostre
o desvairado, o louco!

Neste emaranhado
Apareceu um amigo do outro
Que se compadeceu com o desaforado.

No meio de tudo, aparece alguém
Sem saber de onde
Foi logo gritando: “Eu acabo com ele”.


Florianópolis, 01 de setembro de 2016.

Acróstico

M
enina bonita, querida e feliz, és uma flor: a mais linda que meus olhos já viram.

Amor da minha vida, em meus braços eu te embalei, cantei versos em músicas pra ti dormir.
Realmente, eu sou muito feliz nestes
Laços de Amor sou o pai mais feliz, menina bonita 
E feliz. Quero que saibas que te amo, que sou 
Nada mais do que muito muito feliz. Marlene, teu nome é força
Criação de Marlene e outras
E tu és tão feliz!


Florianópolis, 24 de agosto de 2016.                        
Eu precisava me olhar!

Quando eu me inscrevi
Neste dia
Eu precisava
Fazer algo
Por mim
Precisava preencher
Os meus dias
Conhecer
Novas companhias
Neste dia
Eu já sabia?
O que fazia?
Me integrei
Neste grupo
Ah! Que emoção
Só conheci
Gente boa
Eu sentia
Eu já sabia
Eu pressentia
Eu vibrei
De alegrias
Com gente
Feliz e faceira
Bem criativas
Boas ideias
Que coisa boa
Pura descontração
Me envolvi
Pela primeira vez
De pessoas amigas
E companheiras
Eu já sabia
O que fazia
Foi pura harmonia
Muitas emoções
E alegrias
Cantamos
E relembramos
Bons momentos
Da infância
Fiz uma viagem
No tempo
Me sentia
Uma criança
Quando cantamos
Uma música...
Aquela!
Que eu cantava
E cantarolava
Quando criança
Eu já sabia
O que fazia
Quando naquele dia
Eu me inscrevi
Neste maravilhoso
Grupo de pessoas
Que já viveram
Por diversas experiências
Boas da vida
E que agora
Estão de paz
E de boa
E sabem
Estamos
Todos na boa
Na nossa melhor
Fase da vida
Na melhor idade
E vividas
Neste dia
Quando me inscrevi
Neste grupo do NETI
Parecia eu já sabia
O que queria fazer
Sai do meu mundo
Este sabe?
Que me incomodava
Deste mundo
De marasmo
De um vazio
Sentido e vivido
Que não me
Preenchia em nada
Que só me incomodava
Mais quando
Me decidi
Eu me inscrevi
Eu já sabia
O que fazia
Me integrei
Neste grupo
De boas companhias
Que coisa boa
Eu fazia por mim
Junto de gente
Feliz e faceira
Neste dia
Eu já sabia
O que fazia
Ah! Pura emoção
Eu sentia
Junto de boas
Companhias.

Me conhecendo

Não sou pessimista
Não estou deprimida
Não sou depressiva
Só quero ficar
Um pouco comigo, um pouco sozinha
Não estou precisada, não estou carente, nem doente.
Estou muito bem, me descobri.
Eu quero ficar só zen!
Não preciso de quem!
Quero ficar bem recolhida, no meu aconchego, e comigo.
Quero me abraçar, preciso me olhar
Rever meus conceitos.
Eu sei amar, eu quero me amar
Preciso me enxergar
Quem sou eu?
Sou do bem?
Estou de Bem, bem zen?
Que bom, não estou só.
Estou só comigo, eu sou mais eu
Eu com o meu eu
Só quero o meu momento, precisava
Meu respeito, minha calma, foi embora
A paz que tanto almejava, fora
Está dentro de mim.
Me descobri, meu mundo interior
A minha paz, o meu eu
Não quero me esquecer
Pois sou muito, muito especial
Eu me preciso, preciso de mim
De ficar mais de bem
E comigo.

Florianópolis, 25 de agosto de 2016.
Criação em grupo: Lenara, Luci, Marlene, Maria José, Maria Helena
Lembranças

Ainda hoje sinto saudade do tempo da minha escola primária.
Recordo quando chovia: aquele cheiro de terra que se misturava com lembranças...
Como quando minha irmã brigou com o namorado!
E depois a infância dos meus filhos: mais namorados, mais brigas, mais saudades, mais tristeza.
E tudo o que já passou...
Hoje, tudo isto volta, agora de frente para o peixe vivo que tenho de colocar na panela.

Um comentário:

  1. Marlene bom dia

    O relógio é um romance,
    Com versos pede que eu descanse,
    Lendo muita poesia,
    Pode se ver quanto cria,

    Hans

    ResponderExcluir