quinta-feira, 18 de junho de 2015

Carta de uma professora, num dia chuvoso. Edna Domenica Merola.

Olá, alunas,

Semana passada fez sol em pleno inverno... Mas, "quando a esmola é muita o santo desconfia...".
Espero que esteja tudo bem com vocês que faltaram na aula de hoje, devido às fortes chuvas. Espero que tenham aproveitado a manhã chuvosa para um bom e merecido descanso. Afinal, "Deus dá o frio conforme o cobertor!"

Se à tarde quiserem trabalhar um pouquinho, envio, nesta cartinha, parte do que fizemos pela manhã. Afinal, ainda é dia e "A esperança é a última que morre!".

ASSUNTO: O coro falado (usado na escrita de textos para Teatro)

O coro grego funciona como um personagem coletivo, na peça. Faz indagações para provocar reflexão. Expressa a opinião pública, critica valores, reage às atitudes dos personagens como o escritor julga que a audiência iria reagir; impulsiona a emoção, confere movimento, promove quebras que podem marcar uma mudança de rumo na ação.

O coro é o elo com os rituais religiosos que originaram o Teatro e, portanto, mantém a sua alma coletiva. O que é uma atitude muito sábia, já que, "Cautela e caldo de galinha nunca fez mal a ninguém. "

O QUE ACONTECEU NA AULA:
Ensinei a usar o coro (recurso da Tragédia Grega) nos textos com pelo menos 2 personagens.
Para eliciar a criação de personagens, usei as os arcanos maiores do tarô e cada aluno sorteou duas cartas para inspirar a criação de seu personagem por meio das ilustrações.
Ainda no aquecimento para a construção de personagens, usei a estratégia do 'ditado popular'. Entenda que o coro é um personagem coletivo e plural.

Após o sorteio de duas cartas do tarô para cada aluno, expus 56 ditados populares que compilei. Associando as cartas sorteadas aos ditados, seus colegas escolheram os que seguem:

O que os olhos não veem o coração não sente.

A esperança é a última que morre.

Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.

Quando a esmola é muita o santo desconfia.

Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto.

Cautela e caldo de galinha nunca fez mal a ninguém.

Deus dá o frio conforme o cobertor.



As produções foram muito boas, seus colegas mandam lembranças.


Isto posto, a professora lhes envia esta singela tarefa (Afinal, 
Mais vale um pássaro na mão do que dois voando"):

Construa um texto para teatro, usando 3 personagens. Dois personagens serão inspirados em cartas do tarô. O terceiro personagem (para ser dito por um grupo de pessoas ou pelo coro) é o que irá interferir, dizendo um ditado popular, quantas vezes o autor  (o aluno ou a aluna) achar oportuno. Poderá, também, usar vários ditados, conforme o efeito estético que desejar causar. 

Ah! Já ia me esquecendo... Retiramos, do baralho, as cartas de que não gostamos, antes de iniciar o sorteio...Afinal : "O que os olhos não veem o coração não sente"...

Afinal (e desta vez é para finalizar) ... De chato já tínhamos a chuva e a ausência de vocês!

Com carinho,
                     a Professora.


ANEXO 1: DITADOS POPULARES
1- Cão que ladra não morde.
2-  A justiça tarda, mas não falha.
3-  Dois bicudos não se beijam.
4- A pressa é inimiga da perfeição.
5-Quem tem boca vai à Roma.
6- Em terra de cego quem tem olho é rei.
7- Quando a esmola é muita o santo desconfia.
8- É de menino que se torce o pepino.
9- Há males que vêm para o bem.
10- O que os olhos não veem o coração não sente.
11- Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento.
12- Cada macaco no seu galho.
13-  A esperança é a última que morre.
14- Quem não tem cão caça com gato.
15-O apressado como cru.
16- Quem casa quer casa.
17- Devagar se vai longe.
18- Nem tudo que reluz é ouro.
19- Quem sai na chuva é pra se molhar.
20-Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
21- A união faz a força.
22-  Quem conta um conto aumenta um ponto.
23- Nem tudo que balança cai.
24-Quem procura acha.
25- Em casa de ferreiro o espeto é de pau.
26-Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
27- É errando que se aprende.
28- Quem ri por último, ri melhor.
29-Para bom entendedor meia palavra basta.
30-Um dia da caça, o outro do caçador. 
31-Quem sabe faz, quem não sabe manda.  
32-Manda quem pode, obedece quem deve.  
33-Não há regra sem exceção. 
34-As aparências enganam. 
35- Para o bom entendedor meia palavra basta 
36-Quando um não quer, dois não brigam. 
37- Com tempo tudo se cura 
38- O homem prevenido vale por dois. 
39- Quem primeiro se queixa foi quem atirou a ameixa 
40- Águas passadas não movem moinho. 
41- Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto. 
42- Uma andorinha só não faz, verão. 
43- Quem ama o feio, bonito lhe parece.  
44- Quem procura sempre acha, se não um prego, uma tacha. 
45- A ociosidade é mãe de todos os vícios 
46- Deus dá o frio conforme o cobertor 
47- O saber não ocupa lugar 
48- Tudo que não mata engorda 
49- Cautela e caldo de galinha nunca fez mal a ninguém 
50- Camarão que dorme a onda leva. 
51- Tal pai, tal filho. 
52- Quem dorme com criança acorda molhado 
53- Quem não chora não mama 
54- Laranja na beira de estrada ou é azeda ou tem marimbondo no pé. 
55- Falar é prata, calar é ouro. 
56- As más notícias chegam depressa 

ANEXO 2: CARTAS DO TARÔ (Fonte: Wikipedia)






ANEXO 3: O CORO NO FOLGUEDO DO BOI DE MAMÃO


Tema de Entrada - Desfile da Bicharada
ASSOCIAÇÃO FOLCLÓRICA BOI DE MAMAO-DE-ITACORUBI
       
Coro
Vamos baianinha / Vamos passear / Vamos lá na vila / Pra ver meu boi brincar.
    
Chamador improvisa
Lá em cima daquele morro / Vem um tucano avoando / Se o bico vem escrevendo / As asas vêm apagando.
    
Coro
Vamos baianinha / Vamos passear / Vamos lá na vila / Pra ver meu boi brincar.

Chamador
Mandei fazer um laço / Do couro da cotia / Pra laçar meu boi barroso / Em pingo do meu dia.

Coro
Vamos baianinha / Vamos passear / Vamos lá na vila / Pra ver meu boi brincar.
  
Chamador
Mandei fazer um laço / Do couro do jacaré / Pra laçar meu boi barroso / No cavalo pangaré.
Oh senhor mestre vaqueiro / Face sua obrigação / Vá buscar o boi oh! Maninho / E dança bem ligeiro.
O coro repete

Chamador
O meu boi malhado aí / Ele é corriqueiro / Espalha bem o povo oh! Maninho / E dança bem ligeiro.
O meu boi chegou, aí / Ele vai dançar / O dono da casa, oh! Maninho / Vá cumprimentar.
O coro repete

Chamador
O meu boi malhado aí / Ele é corriqueiro / Espalha bem o povo oh! Maninho / E dança bem ligeiro.
Meu boi tá doente / Chame seu doutor / Pra benzer o boi, oh! Maninho / Que ele tá com dor.
   Este boi tá doente / Um purgante vai tomar / Depois vou benzer ele / Que é pra ele miorá.

A benzedura: Doutor ou benzedeira ou Mateus
Eu benzo esse boi / Com raminho de arueira / Pra tirá a diarréia / E também a bicheira.
 Eu benzo meu boi / Com galinho de alecrim / Senhor dono da casa / Peça um dinheirinho pra mim.

Chamador
 Levanta meu boi, ai / Levanta devagar / Venha pro terreiro, oh! Maninho / Outra vez brincar.


REFERÊNCIA

Folguedo do Boi-de-Mamão. http://www.manezinhodailha.com.br/ 
subweb_portalboidemamao.htm



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