terça-feira, 15 de outubro de 2019

Convite lançamento As Marias de San Gennaro, em 23/10/2019, no CIC, em Floripa


Convite para todxs que acreditam que educar é resistir. 


Convido-xs para o lançamento do livro As Marias de San Gennaro, história ficcional sobre um grupo de professoras e um santo napolitano.
 
O evento será no dia 23/10/2019, às 19 horas, na biblioteca do CIC 
Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica, Florianópolis,  [48] 3664-2555 

As Marias de San Gennaro é o quinto título da série Palavra de Mulher, da Editora Insular

http://loja.insular.com.br/product_info.php/cPath/114/products_id/1199


Série Palavra de Mulher traz publicações de autoras catarinenses que fazem da palavra escrita uma ferramenta para a reafirmação e reinvenção do que é ser mulher no mundo. A partir de suas próprias experiências, essas meninas se reinventam em suas apreensões e impressões da realidade por meio da literatura e das artes, e em suas sensações, sentimentos e reflexões, se desnudam e se revestem delas mesmas nas páginas de seus livros nos encorajando e nos convidando a tomarmos para nós a caneta que escreve na história um novo sentido para nossa mulheridade.
Não estamos no mundo somente a passeio, todo dia matamos um leão em busca da igualdade, e para isso, ainda que exaustas, somos incansáveis. Palavra de mulher!
Iara Germer e Jana Gularte,
Conselheiras editoriais



Para outras informações:

http://www.cultura.sc.gov.br/noticias/1416-noticias-cinema-cic/22194-biblioteca-de-arte-e-cultura-do-cic-sedia-lancamento-do-livro-as-marias-de-san-gennaro



quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Carta aberta aos Facianos. Edna Domenica Merola.

Caros Facianos,
afirmava Joãozinho Trinta, em 1997, no prefácio do livro Minha vida com uma vestal (DOCTLAN, 1997) que há vida inteligente no interior da Terra. Confesso que quando o ouvi falar para um plateia de ufólogos paulistanos, no lançamento de tal livro, fiquei, por um lado, deslumbrada com a performance de comunicação do carnavalesco, e por outro, petrificada com a possibilidade da existência de mundos subterrâneos enquanto habitat de sociedades organizadas (humanoides?).
Meu comparecimento a tal evento foi devido à oportunidade de conhecer o famoso carnavalesco e de atender ao convite de uma colega educadora que se autodenominava "buscadora". 
Para mim, buscadores eram todos aqueles que perseguiam alguma resposta à questão: como expandir o Self? - quer fossem ufólogos, como ela, ou não, como eu. Tal pergunta ainda permanece, posto que me mobiliza, mas o cenário da crosta terrestre foi profundamente alterado.
Em 2019, no Brasil, grande parte da população incorporou o papel de humanoide faciano que se arrasta na superfície de um solo infectado de agrotóxico e repleto de cadáveres de abelhas. E, no nordeste, vê suas praias infectadas pelo óleo. 
Sugiro a possibilidade de virarmos Minhocas, Tatus, "Sei Lá Quem Sabe?" e penetrarmos as entranhas da Terra para tentar miscigenação com os intraterrestres, já que nosso roteiro de construção humana se perdeu, e tudo se justifica na destruição.
Conclamo os queridos facianos a pensarem nessa tal miscigenação não só como uma forma de desesperada tentativa de sobrevivência, mas também como recurso de expansão do Self.
Convoco não só os humanos em idade reprodutiva, mas também todos os seres criativos para serem os primeiros voluntários a propor aos habitantes inteligentes do interior da Terra essa experiência de miscigenação.
Despede-se e expande-se,
                                         Transbordina



Resposta de Márcia Cattoi Schmidt

Querida Transbordina,

já ouvi falar dessas populações intraterrenas, como uma boa bruxa, aliás, pesquisadora. 

Entretanto, penso que se estão lá sem contato conosco da superfície, tanto melhor para eles. Estamos intoxicados, doentes, irados, pervertidos. Não somos uma boa influência, que dirá uma boa metade da laranja para alguém.

Abraços virtuais



Opinião de Clara Amélia Oliveira
Buscadores queridos,



para ficar focada na proposta de interação ou não, com os intra-terrestres, vou pensando no modelo da complexidade: ali o potencial é um parâmetro. E a natureza processual da natureza, é outro parâmetro. Assim, creio que isto irá acontecer, ou não, sem nossa proposta ou nossa vontade. O que tiver que ser, será. 
E sobre a vida intra-terrestre, penso que é tão natural como a extra-terrestre, mas acho que o ponto de vista conceitual da pesquisa e dos buscadores, em geral, se restringem a um pressuposto que está incorreto, na visão da complexidade. O foco da busca sempre é achar vida semelhante à nossa, os humanoides, por exemplo. Que há vida, há. Mas estamos procurando o chaveiro perdido, na área restrita onde o poste de luz da rua ilumina. Conhecem a metáfora?
Ah! e quanto a sugestão de virarmos minhocas e tatus, etc, seria uma honra para mim. Outro dia, propunha no face, algo mais geral, mas nesta direção. Propunha começarmos a respeitar mais os animais, excluindo expressões pejorativas, que costumamos utilizar utilizando o nome deles (burrice, cachorrada, sua cobra, sua anta etc). Considerando a nobreza dos animais, deveríamos aprender a utilizar adjetivos humanos para mazelas humanas. E que eu preferia ser qualquer um destes animais por sua nobreza. Incluo agora minhocas e tatus...


Texto de Marlene Xavier Nobre.
Florianópolis, 01 de outubro de 2019.
Querida Transbordina, 

Lendo sua carta em forma de protesto, resolvi lhe responder. 
Joãozinho trinta foi um dos maiores carnavalescos desses últimos tempos. Tenho uma admiração enorme por ele.
Ele não era só um carnavalesco, mas mostrava para o mundo o lado sofrido dos menos favorecidos pela sociedade.
 Parece-me que previa o futuro desses humanos sem miolos, sem cérebro, desumanos. 
Um dos seus carnavais marcantes foi aquele que misturou o lixo com o luxo: arrasou!
Transbordina, em sua  carta você extravasou toda a sua indignação, no que lhe dou toda a razão, já que vivemos momentos cruciais. O que marca sua carta, que traz o desabafo e que me faz refletir é que a população incorporou o papel de humanoide faciano.  Muito bem lembrado, pois fala tudo! Acho que assim caminha toda a humanidade.  Não quero ser pessimista, mas penso que estamos a caminho do fim. Está tudo muito incerto.


Abraço, da Dona Vica.


REFERÊNCIA

DOCTLAN, Leo. Minha vida com uma vestal. Sananda, série Serra do Roncador livro 1,1997. 



Observação: 

O livro Minha Vida com uma vestal conta a história de almas gêmeas unidas para revelar conhecimentos místicos e esotéricos à humanidade

terça-feira, 2 de julho de 2019

Sobre a técnica da escritora. Edna Domenica Merola.

Sobre a técnica do escritor, Benjamin escreve: "Nas circunstâncias de trabalho, procure escapar à mediania do cotidiano. Meia tranquilidade, acompanhada de ruídos insípidos, degrada. Em contrapartida, o acompanhamento de um estudo musical ou de uma confusão de vozes pode tornar-se tão significativo para o trabalho quanto a perceptível quietude da noite."(BENJAMIN, 2011, pp 30-31).
Sobre esse escape, em 2014, escrevi:

Certo dia, me deparei com o silêncio e, em seguida, senti algo como uma inspiração sonora. Então deixei fluir e aconteceu:
– Tantttcheei mesmo!
E enquanto tantttcheava, meu Ego pensou:
– Vou registrar em versos livres ou prosa poética.
E enquanto meu Ego se acomodava, o intrometido Id acrescentava:
– Sem regras! Com sabor!
– Registre dentro das normas acadêmicas, por favor. – suspirou o Superego.
Como Id, Ego e Superego resolveram suas ancestrais pendengas, deixei ao Dr. Freud que explicasse, noutro espaço. 
A seguir, registro do momento poético que se chama Pássaro Ilhéu:
 
Tantttcheou!

Naquela hora não soprou vento sul...
Naquela hora, um tunkitchtunkitch tunsssski sul
Tunkichsskou forte
Tunkichsskou anti norte
Tunkichsskou sulamente:

– Vendaval de cores curvilíneas,
Formas, luzes, sombras retilíneas...

Tatchtantanttch, Tatchtantanttch, 
Tantttcheou totalmente:
– Um pássaro de sotaque manezinho! (MEROLA, 2014, p 39-40)


Referências

BENJAMIN, Walter. Rua de Mão Única. São Paulo: Brasiliense, 5a. ed. 2011.

MEROLA, Edna Domenica. De que são feitas as histórias. Florianópolis: Postmix, 2014, p 39-40.


terça-feira, 18 de junho de 2019

Oficina de Criação Literária do N.E.T.I. 2017.1.

       Desenho do Planejamento das Oficinas de Criação Literária 2017.1
Fundamentos,Objetivos, Atividades, Estratégias


Conteúdos: textos narrativos e para teatro
Atividades:
1- Participar de: dança espontânea; imaginação dirigida; jogo psicodramático; leitura com performance; jogral;
2- "Desenhar": átomo social de personagem narrador; relógio de memórias;
3-Criar história a partir da ficha do personagem inspirada em RPG ‒ Role Playing Game ‒ em que o personagem evolui;
4- Escrever cartas: de apresentação; no túnel do tempo; para autores de literatura.
5- Escrever memórias ficcionais:
‒ de uma personalidade brasileira de 60 ou 70 do séc. XX.
‒ de narrador personagem "tipo".
‒ pautada em letras de músicas.
6- Escrever texto para teatro.
7- Escrever jogral e usar ditados populares.

Tarefas semanais para casa:
a) responder cartas dentre as publicadas em MEROLA, Edna Domenica. Cartas em Posfácio. In: Diálogos da Maturidade. Postmix, 2016, p 45-108;
b) escrever um texto composto por seis cartas em torno do átomo social da personagem Júlia (60 anos).
Crédito: Merola


Crédito: Merola
Crédito: Merola


Crédito: Merola






Crédito: Merola


Crédito: Merola


Crédito: Merola
Crédito: Merola


Crédito: Merola




Crédito: Beto Silva

Tópicos e links para leitura prévia:
1- Criação de personagens com ficha do tipo RPG
3- Sequência de ideias na escrita de um texto

4- Uso de discurso direto e de discurso indireto
6- Ditados populares 
http://www.mulhervirtual.com.br/ditados.htm
7- A Crônica e foco narrativo
1- Consultar dicionário e gramática após escrever a tarefa de casa.
2- Comparar o texto que enviou com o texto corrigido pela professora (que é colocado no blog do curso).
3- Consultar "materiais" para a escrita por meio digital        Exemplos: ‒ Personalidades década de setenta https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1970
‒ Atores década de setenta https://www.youtube.com/watch?v=4qXvoDBDNAM
‒ O homem mais bonito do Brasil nos anos oitenta

Acervo do curso:
ALVES, Rubem. Os Flamboyants. Crônica disponível em

ASSIS, Machado de. Conto de Escola. Disponível em

MEROLA, Edna Domenica. Cartas em Posfácio. Postmix, 2016.  In Diálogos da Maturidade.
Porto Informativo, 04 de julho de 2015. Cara Sonhadora, p 48. 
Campo das Roseiras, 01 de julho de 2015. Cara Sonhadora, p 45.
Porto Cartomante Assis, 06 de julho de 2015. Olá, Professora Blogueira! p 50-56.
Porto da Resposta Possível, 10 de julho de 2015. Cara Escritora Iniciante, p 61-63.
Porto Tira Dúvidas, 11 de julho de 2015. Cara Consulente Curiosa, p 64-65.
Porto da Dúvida, 12 de julho de 2015. Cara Professora Blogueira. P 65. Porto Tira Dúvidas, 12 de julho de 2015. Cara Consulente Curiosa, p 66.
Porto Tira Dúvidas, 20 de novembro de 2015. Aluna “X”, p 94.
Porto Tira Dúvidas, 22 de novembro de 2015. Cara Aluna, p 96.
Porto Oficina, 05 de novembro de 2015. Alunos da Oficina de Criação Literária. P 90.
MEROLA. Olha o Pão de Maria (In: A Volta do Contador de Histórias. Nova Letra, 2011). Disponível em

__________________ Criação de Personagem. Disponível em
http://aquecendoaescrita.blogspot.com/2014/06/criacao-de-personagens-e-rpg-edna.html
__________________ Prática da Construção de Personagem de Ficção utilizando ficha de RPG - jogos de representação de papéis. In: De que são feitas as Histórias. Florianópolis: Postmix. 2014. PP 96-99. 
__________________ Aulas e Flashes. Disponível em      
http://aquecendoaescrita.blogspot.com/2013/05/aulas-e-flashes-por-edna-domenica-merola.html
__________________Cartas: Espaços de diálogo e de protagonismo. Disponível em
PERDIGÃO, Jéssica e MEROLA, Edna. Revista Proesia. MEROLA e PERDIGÃO. Revista Proesia. 2016. Disponível em  https://issuu.com/joaobracht/docs/proesia
ROSAS, Guimarães. Pirlimpsiquice. Conto disponível em áudio
Crédito Merola
Crédito: Merola




ADENDO I- Material para construir seu relógio de memórias:

‒ Considerando que 1 é a data de seu nascimento e 12 o dia de hoje, construa um Relógio de Memórias incluindo os itens: entrada na escola,  primeiro amor (platônico?), primeiro emprego, nascimento do primeiro filho,  falecimento do pai, primeira vez que votou para presidente brasileirofalecimento da mãe, percepção de mudanças tecnológicas, mudança para a cidade em que mora hoje (ou outras mudanças tais como divórcio, viuvez), conscientização da entrada na maturidade. 













‒ A partir do Relógio de Memórias, escreva uma carta de apresentação tendo por destinatária a professora das Oficinas.
Material sonoro para despertar memórias sobre as eleições presidenciais:
ADENDO II - Dicas para a reescrita de texto narrativo

1- Junte tudo o que for do mesmo assunto e coloque no mesmo parágrafo;
2- estabeleça critérios para ordenar os assuntos (Por ex.: a carta escrita a partir do Relógio de Memórias foi organizada por ordem cronológica). Qual deve vir primeiro? Por quê? Tendo isso bem claro, desmonte o texto e volte a “montá-lo”;
3- elimine as repetições de ideias, de palavras, de fatos;
4- elimine a maioria dos pronomes pessoais que funcionam como sujeito (pelo final do verbo já se entende de quem se trata);
5- coloque ponto final onde termina um pensamento (frase). O ponto final marca uma pausa na leitura;
6- use o travessão  ‒ antes da "fala" dos personagens ou de seus pensamentos.