Mariana Rotilli |
A jovem Mariana Rotili participou na criação da capa.
E nos bastidores do livro, a UFSC como gestora do projeto de extensão universitária (aberto à comunidade) “NETI” ‒ Núcleo de Estudos da Terceira Idade ‒ para alunos acima de 50 anos.
E nos bastidores do livro, a UFSC como gestora do projeto de extensão universitária (aberto à comunidade) “NETI” ‒ Núcleo de Estudos da Terceira Idade ‒ para alunos acima de 50 anos.
Diálogos da Maturidade leva ainda palavras que parecem nos sorrir: marca registrada da Dra. Jordelina Schier (Nina - coordenadora do NETI). Transcrevo a seguir:
Sobre
a produção do livro Diálogos da
Maturidade
No
segundo semestre de 2015, ao ministrar oficinas para participantes maiores de
50 anos, deu-se prosseguimento a essa pesquisa/ação cujo registro redundou no
livro Diálogos da Maturidade.
As ações pedagógicas das oficinas têm por meta aprimorar e favorecer o desempenho
cognitivo, sócio-afetivo e sócio-existencial de pessoas maduras e idosas.
As estratégias das oficinas são
elaboradas pela professora para que alunos treinem a habilidade de estabelecer
vínculos, estreitem a relação com a própria interioridade, e conheçam dados
culturais novos.
Nessas oficinas, o ensino tem por fundamentação a Socionomia: fruto da
pesquisa e criação de Jacob Lévi Moreno, para quem – corpo, psique e sociedade
são partes intermediárias do eu total. O eu é um constructo aberto ‒ em
constante construção dialógica ‒ que abrange os papéis psicossomáticos,
psicodramáticos e sociais.
Nas oficinas, a ação pedagógica reporta-se ao jogo dos papéis
sociais que envolvem a escrita ou ao treinamento dos papéis de escritor e de
leitor.
Refere-se ainda ao treino de papéis
psicodramáticos ou ao desbloqueio da imaginação e das competências lúdicas.
A complementação de papéis tem por
foco o diálogo ou as interações entre o papel social de escritor e seus
complementares, tendo por meta o desenvolvimento do vínculo entre papéis.
Segundo Moreno (1974), o Átomo Social é o conjunto de papéis que
uma pessoa desempenha num dado momento de sua existência, incluindo os
complementares desses papéis.
No segundo semestre letivo de 2015, as
Oficinas de Criação Literária que realizei
tiveram por meta o ensino do gênero epistolar no qual há premência da comunicação entre emissor e destinatário, o que aponta para a
cumplicidade, imprimindo ao discurso certo teor de exposição e de proximidade.
Na primeira unidade didática das Oficinas Literárias 2015.2 as cartas de
apresentação ao grupo foram trocadas entre os papéis complementares de
professora e de aluno (a).
Na segunda unidade, a proposta foi a
de escrever uma carta cujo emissor se localizasse no tempo passado
(menino/menina) e que fosse endereçada ao próprio destinatário no tempo
presente (senhor/senhora).
Durante as oficinas, foram retomados
para fins de produção escrita os átomos sociais de dois momentos de vida dos
participantes: a infância e a atualidade.
O desenho de um Átomo Social foi aplicado como técnica de aquecimento para a
tarefa.
No átomo social referente à
infância, menções a seres tais como Papai
Noel, Menino Jesus são exemplos de complementares de papéis psicodramáticos
que são interligados às capacidades de imaginar e de acreditar.
A unidade Cartas sobre Leituras incluiu trechos do livro Iracema (ALENCAR, 2008). A jandaia e o cão rafeiro alencarianos
foram transformados em personagens de carta pelo aluno/escritor, agregando a
fábula ao gênero epistolar.
A referida unidade incluiu ainda
textos de A Volta do Contador de
Histórias. (MEROLA, 2011) que foram selecionados pelos alunos.
Na unidade Cartas Psicodramáticas, trabalhou-se a conexão entre a leitura da
realidade externa e da introjetada.
A unidade sobre elementos da estrutura narrativa, criação de personagens e
narrador ‒ remete ao título Cartas em
Posfácio que tive de produzir a toque de caixa, durante o escaldante janeiro
de 2016. Acontece, cara amiga, que houve
uma disputa entre dois possíveis coautores logo após a entrega dos originais à
editora. Dessa contenda houve a retirada de uma coautora que produzira
cinquenta páginas. Resolvi entrar com meus escritos para substituí-la. Sorte ou
azar é que sempre tenho um verdadeiro estoque de materiais em estado de
produção e os adaptei para tentar contemporizar a impeditiva da publicação e
não amargar uma frustração. Coisa a que me nego, quando se trata de produzir
criações.
Em Diálogos da Maturidade ‒ cartas brasileiras ‒ publicadas sob o ISBN
978-85-62-598-50-0, dei expressão a diversos papéis que desempenho: o de
professora, o de pesquisadora e o de artesã da escrita criativa.
No papel de professora, continuou-se
o projeto de pesquisa/ação sobre como
incentivar a criatividade na escrita.
Nos papéis de aluna e pesquisadora,
teve-se o N.E.T.I. por lócus privilegiado para aplicar conhecimentos advindos
do Curso de Especialização em Atenção à
Saúde da Pessoa Idosa, concluído no primeiro semestre de 2015.
Como escritora, teve-se o privilégio
do diálogo com o leitor sobre História de
Amor, História de Sala de Espera, Conto em “Pas de Deux”, (MEROLA, 2011, p.
37-41, 57-59, 77-80).
Sumariando, Diálogos da Maturidade apresenta oito tipos de cartas:
1- apresentação à professora das Oficinas de Escrita Criativa;
2- carta endereçada ao Túnel do Tempo;
3-carta destinada a pessoa com quem se tem laços afetivos
4- carta a um ser psicodramático;
5- carta para a autora de um texto lido;
6- carta a um personagem inventado;
7- carta a um objeto (como num apólogo);
8- cartas em posfácio que complementam o prefácio e abrangem temas didático das referidas oficinas idealizadas pela Professora Edna Domenica Merola.
REFERÊNCIA
ALENCAR, José de. Iracema. Domínio Público.
MEROLA e SILVEIRA. Diálogos da Maturidade. Florianópolis: Postmix, 2016.
MEROLA. A Volta do Contador de Histórias. Nova Letra, 2011.
ALENCAR, José de. Iracema. Domínio Público.
MEROLA e SILVEIRA. Diálogos da Maturidade. Florianópolis: Postmix, 2016.
MEROLA. A Volta do Contador de Histórias. Nova Letra, 2011.
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