Caracterização
da turma 2016.1 da Oficina de Escrita Criativa
Idade:
78,26 % têm de 50 a 65 anos. 64,71% assistiu ou ministrou aulas nos últimos 5 anos.
Vínculo
com a cidade: 13,04 % nasceram em Floripa. 86,96 % vieram de
fora.
43,48 % residem em Florianópolis de 37 a 48 anos.
64,71% assistiu ou
ministrou aulas nos últimos 5 anos.
LEITURAS ANTERIORES
ALUNOS DAS OFICINAS DE ESCRITA CRIATIVA 2016.1
Exercício de Classificação
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Trechos dos títulos escolhidos pelos alunos da
Oficina 2016.1
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Narrativa em 3ª pessoa
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MÁRSICO, G. O. Cogumelos de Outono.
“Bernardo não era filho de Boa Vista e, sim, barriga-verde,
nascido e criado em Nova Pomerândia, no Vale do Itajaí. E quando fugiu de lá,
em 1923, nem olhou para trás. Se olhasse poderia cair em atraso e acabar nas
garras de Tio Gonça ‒ o que lhe seria bastante desagradável nas
circunstâncias que motivaram o seu gesto. Correu para a estação mais
próxima”.
Referência: http://www.livrariacultura.com.br/p/cogumelos-de-outono-5055901 |
Narrativa em 3ª pessoa
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Gardner, Laurence. A Linhagem do Santo Graal.
“A virgindade física atribuída a Maria se torna ainda menos
crível em relação às afirmações católicas dogmáticas que ela "sempre
virgem”. Não é segredo que Maria teve outros filhos como se confirma em cada
um dos Evangelhos. Em Matheus 13:55 - "Não é este o filho do
carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria e seus irmãos, Tiago, José, Simão e
Judas?”(MARIA. P 46).
“Embaixo à grande profundidade do Templo de Jerusalém se
encontrava o grande complexo do estábulo do rei Salomão, que permanecera
selado e intacto desde os tempos bíblicos. O enorme abrigo subterrâneo foi
descrito por um Cruzado como um estábulo de magnífica capacidade, tão grande
que podia abrigar mais de 2000 cavalos. Abrir esse gigantesco repositório era
a missão secreta original dos Cavaleiros Templários, pois São Bernardo sabia
que ele continha a riqueza de Jerusalém do Antigo Testamento, incluindo a
Arca da Aliança, que por sua vez, continha o maior de todos os tesouros: As
Tábuas do Testemunho.” (SANTUÁRIO DA ARCA. P 234).
NOTA: Trechos selecionados pelo leitor Álvaro Frazão de seu exemplar do livro e enviado para o e-mail da editora do blog Netiativo. |
Narrativa em 3ª pessoa
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AERN, Cecelia. A Vez da minha vida.
“Às vezes é preciso se entregar a alguém para perceber quem
você realmente é (p 14).”
“Pela primeira vez na vida, não conseguiu formular um único
pensamento” (P 297).
“Era como se, durante toda a sua vida, as pessoas lhe
dissessem que o céu era azul e, pela primeira vez, ele realmente levantasse a
cabeça e o visse com seus próprios olhos (P 223).”
“Cada segundo deixa uma marca na vida de cada pessoa (P 316)”.
“Eram apenas um truque com a ciência. Um truque com ciência.
Consciência (P 293)”.
Referências:
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Narrativa em 1ª pessoa
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AGOSTINHO. As Confissões.
"Mas que amo eu quando Te amo? Não uma beleza
corporal ou uma graça transitória, [...] amo a lua, a voz, o perfume, o
alimento e o abraço, quando amo o meu Deus: a luz, a voz, o odor, o alimento,
o abraço do homem interior que habita em mim, onde para a minha alma brilha
uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz que o tempo não
destrói, de onde exala um perfume que o vento não dissipa, onde se saboreia
uma comida que o apetite não diminui, onde se estabelece um contato que a
sociedade não desfaz. Eis o que amo quando amo o meu Deus." (P 271).
Referências:
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Frases dissertativas
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AGOSTINHO. As Confissões.
“... a memória é, por assim dizer, o estômago da
alma." (P 281).
“... o que é suficiente para a saúde é pouco para o
prazer." (P 299).
"Curiosos de conhecer a vida alheia, são indolentes em corrigir a própria." (P 266).
Referências:
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Discurso dissertativo.
Uso de verbos no infinitivo. |
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores
fascinantes.
“Bons pais corrigem erros, pais brilhantes ensinam a pensar. Entre corrigir erros e ensinar a pensar existem mais mistérios do que
imaginam nossa vã psicologia. Não seja um perito em criticar comportamentos inadequados, seja um
perito em fazer seus filhos refletirem. As
velhas broncas e os conhecidos sermões definitivamente não funcionam, só
desgastam a relação.”
Referências
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Narrativa em 1ª pessoa
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DUEÑAS, M. O Tempo entre Costuras. “Nunca
desmenti nem uma vírgula da imagem que havia se formado de mim... Também não a
alimentei: simplesmente me limitei a deixar tudo em suspense, a alimentar a
incógnita e me fazer menos concreta, mais indefinida: grande gancho para
atrair a curiosidade.”
“Eu era
céu e as estrelas, a mais bonita, a melhor. Meu cabelo, meu rosto, meus
olhos. Minhas mãos, minha boca, minha voz. Eu inteira configurava para ele o
insuperável, a fonte de sua alegria.”
“Não me repreendeu nem me pediu que reconsiderasse meus
sentimentos. Só pronunciou mais uma frase, lentamente, como se escorresse. ‒
Ele nunca vai amá-la tanto quanto eu.”
“Não era exatamente alegria que eu sentia nos ossos enquanto
os últimos raios de sol acompanhavam meus passos de volta para casa. Nem
entusiasmo, nem emoção. Talvez a palavra que melhor se encaixasse no
sentimento que me invadia fosse orgulho.”
“Mas errei, como quase sempre se erra quando construímos
concepções com base no frágil apoio de uma simples ação ou algumas palavras.”
Referências:
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Narrativa em 3ª pessoa
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EXUPÉRY, Antoine. O Pequeno Príncipe.
O pequeno príncipe atravessou o deserto e encontrou apenas uma
flor. Uma flor de três pétalas, uma florzinha insignificante...
‒ Bom dia - disse o príncipe.
‒ Bom dia - disse a flor.
‒ Onde estão os homens? - Perguntou ele educadamente.
A flor, um dia, vira passar uma caravana:
‒ Os homens? Eu creio que existem seis ou sete. Vi-os faz
muito tempo. Mas não se pode nunca saber onde se encontram. O vento os leva.
Eles não têm raízes. Eles não gostam das raízes.
‒ Adeus - disse o principezinho.
‒ Adeus - disse a flor.
Referências:
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Narrativa em 3ª Pessoa (descrição de personagem)
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LLOSA, Mário V. A Guerra do Fim do Mundo.
“O homem era alto e tão magro que parecia estar sempre de
perfil. Sua pele era escura, seus ossos, proeminentes, e seus olhos
flamejavam com um fogo perpétuo. Usava sandálias de pastor e a túnica roxa
[...] Era impossível saber sua idade, sua procedência, sua história, mas
havia algo [...] que [...] atraía as pessoas.
Aparecia de repente, a princípio sozinho, sempre a pé, coberto
da poeira do caminho, de tantas em tantas semanas, ou meses. Sua silhueta
longilínea se recortava na luz crepuscular ou nascente quando atravessava a
única rua do povoado, a passos largos, com uma espécie de urgência. [...] Mas
ele não comia nem bebia nada antes de chegar à igreja [...]. Começava logo a
rezar. Mas não como rezam os outros homens ou mulheres: deitava-se de bruços
na terra ou nas pedras ou nas lajes lascadas, bem diante de onde era ou tinha
sido ou deveria ser o altar, e orava, às vezes em silêncio, às vezes em voz
alta, uma, duas horas, observado com respeito e admiração pelos moradores.
Rezava o credo, o pai-nosso e as ave-marias conhecidos, e também outras rezas
que ninguém tinha ouvido antes mas que, ao longo dos dias, dos meses, dos
anos, as pessoas iriam memorizando. [...]
Só depois de pedir perdão ao Bom Jesus pelo estado de sua casa
ele aceitava comer e beber alguma coisa, apenas uma amostra do que os
moradores do lugar insistiam em oferecer, mesmo nos anos de escassez.”
Referência:
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Narrativa em 1ª pessoa
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MARQUES, Garcia. Memórias das minhas putas tristes.
“No dia de meus noventa anos havia acordado, como
sempre, às cinco da manhã. Por ser sexta-feira, meu compromisso único
era escrever a crônica que é publicada aos domingos no El Diario de La Paz.
[...] O tema da crônica daquele dia, é claro, eram os meus noventa anos.
Nunca pensei na idade como se pensa numa goteira no teto que indica a
quantidade de vida que vai nos restando. Era muito menino quando ouvi dizer
que se uma pessoa morre os piolhos incubados no couro cabeludo escapam
apavorados pelos travesseiros, para vergonha da família. Isso me impressionou tanto que tosei
o coco para ir à escola, e até hoje lavo os escassos fiapos que me restam com
sabão medicinal de cinza e ervas milagrosas. Quer dizer, me digo agora, que desde muito menino
tive mais bem formado o sentido do pudor social que o da morte.”
Referências:
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Narrativa em 3ª Pessoa
(descrição de personagem)
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MARQUES, Garcia. Cem Anos de Solidão.
“Remédios, a bela, foi a única que permaneceu imune à peste da
companhia bananeira. Estacou numa adolescência magnífica, cada
vez mais impermeável aos formalismos, mais indiferente à malícia e à
desconfiança, feliz num mundo próprio de realidades simples. Não entendia por
que as mulheres complicavam a vida com camisetas e anáguas, de modo que coseu
uma bata de aniagem que enfiava simplesmente pela cabeça e resolvia sem mais
trâmites o problema de se vestir, sem desmanchar a impressão de estar nua,
que no seu modo de entender as coisas era a única maneira decente de se estar
em casa. Amolaram-na tanto para que cortasse o cabelo cascateante que já
batia na barriga da perna e para que fizesse um coque preso com pentes e
tranças com laços coloridos que simplesmente raspou a cabeça e fez perucas
para os santos. O assombroso do seu instinto simplificador era que quanto
mais se desembaraçava da moda procurando a comodidade e quanto mais passava
por cima dos convencionalismos em obediência à espontaneidade, mais perturbadora
ficava a sua beleza inacreditável e mais provocante o seu comportamento
para com os homens.”
Referências:
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Trecho dissertativo.
Uso de substantivos abstratos. |
MELO, Fábio de. Quem me roubou de mim.
“Quando uma pessoa é sequestrada, o primeiro rompimento se dá com a materialidade de seus significados. Não dormirá em
sua casa, [...] Será violentamente exposta a outra realidade que não a sua. O corpo sofrerá a violência de não poder ir e vir. Terá que
obedecer às ordens do recém-chegado, daquele que até então não pertencia ao
seu mundo.[...] O esquecimento do
ser, realidade muito comum nos casos de sequestro do corpo, é uma forma de
aniquilamento de nossa condição primeira, nosso estatuto original, e que
chamamos de identidade. A identidade nos diz sobre nós mesmos. Diz a
nós e aos outros. Há dois aspectos interessantes naidentificação: uma afirmação e uma negação. Identificar-se é um
jeito que a pessoa tem de afirmar o que é, mas é também um jeito de afirmar o
que não é. Ao identificar-se a pessoa estabelece uma autenticação, mas também uma separação. Ao dizer eu
sou isso, naturalmente estou dizendo também que não sou aquilo
que negaria o que sou. [...] A identificação é também diferenciação, porque em toda
afirmação há sempre uma infinidade de negações latentes.”
Referência:
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Narrativa em 1ª pessoa
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ZAFÓN, Carlos Ruiz. A sombra do Vento.
Um segredo vale o quanto valem aqueles dos quais temos de
guardá-lo. Ao acordar, meu primeiro impulso foi contar
sobre a existência do Cemitério dos Livros Esquecidos ao meu melhor amigo.
Tomás Aguilar era um amigo de escola que dedicava seu tempo livre e seu
talento a inventar uns aparatos bastante engenhosos, mas de pouca aplicação,
como o dardo aerostático e o pião dínamo. Ninguém melhor do que Tomás para
dividir comigo aquele segredo. Sonhando acordado, eu imaginava meu amigo Tomás e eu munidos de lanternas e bússola,
prestes a desvendar os segredos daquela catacumba bibliográfica. Logo,
lembrando-me da promessa, decidi que as circunstâncias aconselhavam o que,
nos romances de intriga policial, denomina-se outro modus operandi.
Ao meio-dia, abordei meu pai para questioná-lo sobre aquele livro [...] Qual
não foi minha surpresa ao descobrir que meu pai, livreiro com tradição e bom
conhecedor dos catálogos editoriais, nunca tinha ouvido falar de A Sombra do Vento ou de Julián Carax.
Referências:
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Discurso
dissertativo.
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VICENZI,
Luciano. Coragem para evoluir.
“A
coragem de desafiar paradigmas em busca de soluções criativas, quando
assentada no raciocínio aberto e lógico, é a essência do espírito científico.
Sem inteligência e coragem, não há evolução.”
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Narrativa
em 3ª pessoa.
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CHRISTIE,
Agatha. Assassinato no Expresso do Oriente.
“Nada
menos que um telegrama aguarda Hercule Poirot na recepção do hotel em que se
hospedaria, na Turquia, requisitando seu retorno imediato a Londres. O
detetive belga, então, embarca às pressas no Expresso do Oriente,
inesperadamente lotado para aquela época do ano. O trem expresso, porém, é
detido a meio caminho da Iugoslávia por uma forte nevasca, e um passageiro
com muitos inimigos é brutalmente assassinado durante a madrugada. Caberá a
Poirot descobrir quem entre os passageiros teria sido capaz de tamanha
atrocidade, antes que o criminoso volte a atacar ou escape de suas mãos.”
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Discurso dissertativo. | GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. "...capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos." |
As Músicas Preferidas da turma da Oficina de Escrita Criativa de 2016.1
Leitura e audição de música na praia. |
Dentre 23 escolhas só uma elegeu uma música orquestrada. Mesmo assim as escolhas foram diversificadas...
As escolhas musicais da turma 2016.1 vão do universal ao local...
Passam pela música clássica: Quatro Estações de Vivaldi.
https://www.youtube.com/watch?v=3xfAL9T_g5U
https://www.youtube.com/watch?v=3xfAL9T_g5U
Recaem no gosto pelo local, passando por Floripa. Zininho (Cláudio Alvim Barbosa). Rancho de amor à Ilha.
http://www.vagalume.com.br/claudio-alvim-barbosa/rancho-de-amor-a-ilha.html
https://www.letras.mus.br/toquinho/49095/
E passando pela composição do poeta paulistano Toquinho: Aquarela.
https://www.letras.mus.br/toquinho/49095/
Foram escolhidas músicas cantadas em inglês:
Frank Sinatra. New York, New York.
http://www.kboing.com.br/frank-sinatra/1-300571/
Frank Sinatra. My Way.
https://www.letras.mus.br/frank-sinatra/36413/traducao.htmlJohn Lennon. Imagine.
Martinho da Vila. O Pequeno Burguês.
Pixinguinha. Carinhoso.
Foram escolhidas as músicas populares brasileiras (MPB)...
Vandré. Caminhando e cantando.
Chico Buarque. Construção.
João Bosco e Aldir Blanc. O Bêbado e a Equilibrista
http://aquecendoaescrita.blogspot.com.br/2015/05/o-bebado-e-equilibrista-edna-domenica_16.html
Uma escolha contemplou a composição feminina: Marisa Monte, Ainda Bem!
Uma escolha contemplou a composição feminina: Marisa Monte, Ainda Bem!
As escolhas da turma 2016.1 passaram ainda pelo romântico cristão devoto Roberto Carlos...
A Montanha. Ave Maria. Eu te Amo. Como vai você?
A Montanha. Ave Maria. Eu te Amo.
Passaram ainda por Almir Sater com Tocando em frente
https://www.letras.mus.br/almir-sater/44082/
Caçador de Ilusões. Aviões do Forró
Coração Pirata. Roupa Nova
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